Crianças e adolescentes brasileiros usam o celular para acessar a internet muito mais do que as de diversos países europeus. Além disso, a preocupação com a privacidade está bem menos presente no País do que em nações daquele continente. São alguns dos resultados que aparecem em um relatório que compara a conectividade entre usuários de 9 a 16 anos no Brasil e em sete países europeus, com dados tirados, respectivamente, de um levantamento de 2013 do Comitê Gestor da Internet brasileiro e do projeto Net Children Go Mobile, apoiado pelo programa de internet segura União Europeia.
Para a pesquisa brasileira, foram entrevistadas 2.261 crianças e adolescentes. Os países europeus incluídos na pesquisa da Net Children Go Mobile são Bélgica, Dinamarca, Irlanda, Itália, Portugal, Romênia e Reino Unido. Em comum entre todos os países pesquisados está o fato de que a casa da criança ou adolescente é o local mais utilizado para acessar a internet. Mais da metade dos brasileiros entrevistados declararam ficar online nessa situação. Os jovens brasileiros se destacam no uso de aparelhos móveis para acessar a internet, hábito de 33%, batendo países da Europa como Romênia (15%), Irlanda (13%), Portugal (13%) e Bélgica (11%).
Outro forte nacional é a presença em redes sociais. De acordo com o estudo, 78% das crianças e adolescentes do País que se dizem usuárias da internet tem um perfil próprio em redes como Facebook ou Instagram, entre outras. Esse número compara com os índices da Romênia (78%) e Dinamarca (81%). Esse índice é bem superior a nações como Reino Unido (58%) e Itália (64%).
Na divisão por faixa etária, as crianças de 9 e 10 anos constituem o grupo com maior presença nesse tipo de site, totalizando 52%, número maior que todos os países europeus pesquisados. Algumas das localidades da Europa ficaram bem abaixo do índice brasileiro, como por exemplo Itália, com 15%, e Irlanda, com 14%.
A preocupação com privacidade não parece estar presente nos usuários brasileiros de menor idade. Segundo a pesquisa, 42% mantém perfil em rede social totalmente aberto ao público, perdendo apenas para a Romênia, com 55%. No Reino Unido, o total é 19% e na Itália, 14%. O Brasil fica atrás dos países europeus no uso educacional da rede. Apenas 36% das crianças e adolescentes do País tem esse tipo de acesso. Em comparação, o número vai a 88% no Reino Unido e 80% na Dinamarca.
(Fonte: Estadão Conteúdo)