Dados de uma pesquisa realizada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) mostrou que pelo menos 94 profissionais de imprensa já morreram de covid-19. A última vítima foi a repórter cinematográfica Vanusa Torchi, de São Paulo.
O relatório da entidade aponta Amazonas e São Paulo como os estados com mais casos. Cada um teve 14 óbitos. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro, com nove, Paraná, com oito, e Paraíba, com cinco.
Nos últimos meses, após estabilidade em julho e agosto, os números voltaram a assustar. Em novembro e dezembro de 2020, houve novo crescimento. O mês de janeiro de 2021 registrou 25% do total de mortes.
O diretor do Departamento de Saúde e coordenador da pesquisa, Norian Segatto, disse que os números são assustadores, mas ainda podem estar subestimados. “Não existe um mecanismo o oficial de registro dos casos e nem sempre a morte do profissional de imprensa é noticiada”, explicou.
Perfil das vítimas
O maior número de óbitos (23) foi na faixa etária de 51 a 60 anos. Outras 22 pessoas entre 61 e 70 anos também morreram. Os homens são maioria absoluta entre as vítimas, somando 91,4% do total. Entre as vítimas mulheres (8,6%), chama a atenção o fato de serem mais jovens. Metade tinha menos de 35 anos, três delas estavam entre 47 e 52 anos e em uma não se conseguiu ainda apurar a idade.
Metodologia
A pesquisa da Fenaj foi realizada por meio de buscas em notas de jornais, informações coletadas com os sindicatos de jornalistas de todo o país e relatos vindos diretamente de amigos e parentes das vítimas. A entidade manteve no conjunto das vítimas alguns profissionais identificados como radialistas (que igualmente são profissionais da comunicação), por não ter sido possível confirmar o registro profissional de cada um.