Uma explosão criminosa de um caixa eletrônico na pequena Pompéu, cidade mineira de 31 mil habitantes e localizada a 173 km de Belo Horizonte, matou um policial, um morador da cidade e feriu gravemente outro militar. A PM não sabe se durante a troca de tiros algum dos suspeitos foi atingido.
O crime, que causou terror entre os moradores, ocorreu na madrugada desta terça-feira (5), por volta das 2h. Articulada, a quadrilha se dividiu para concretizar o roubo. Uma parte do grupo cercou o pelotão da PM na cidade e disparou tiros de fuzil contra os militares, que revidaram.
Outros suspeitos invadiram a agência do Banco do Brasil com explosivos e conseguiram levar uma grande quantidade de dinheiro, ainda não contabilizado pela gerência da instituição.
Segundo o porta-voz da PM, major Flávio Santiago, a quadrilha contava com ao menos 20 integrantes e usou cinco veículos para fugir -um deles, inclusive, foi incendiado. O grupo também espalhou pregos pelo asfalto, que furaram os pneus de um dos carros da PM durante o cerco.
Na fuga, houve uma intensa troca de tiros entre os suspeitos e os policiais. Dois militares que perseguiam os criminosos foram baleados -um deles, o cabo Osias Alves de Barros, 33, foi atingido na cabeça e morreu na hora.
Outros disparos também balearam o cabo Lucas Reis Rosa, 27, na virilha e nas costas. Ele foi socorrido por um helicóptero da PM e levado para o hospital João 23, em Belo Horizonte. O estado de saúde dele é gravíssimo.
A terceira pessoa baleada e que também morreu durante a troca de tiros é um morador de Pompéu. Segundo a polícia, a vítima, que ainda não teve a identidade revelada, passava pelo local e acabou sendo acertada pelos tiros.
“Acreditamos que os criminosos balearam a vítima de propósito para desarticular o trabalho dos PMs”, disse o major Flávio Santiago.
Após a ação criminosa, as forças policiais de Minas Gerais fazem um grande cerco em Pompéu e nas cidades vizinhas, com o apoio de agentes do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Até esta publicação, nenhum suspeito havia sido preso.
A explosão de um segundo caixa eletrônico em Minas Gerais, na madrugada desta terça, também feriu um policial militar em Morro do Serro, distrito da cidade de Oliveira (a 160 km de Belo Horizonte). A polícia mineira ainda não sabe se as duas ações foram articuladas pelo mesmo grupo criminoso.
O cabo Leonel Richs de Aquino foi baleado no tórax ao perceber uma movimentação estranha no entorno do prédio do Sicoob e chamar reforço policial. A quadrilha arrombou com explosivos o equipamento bancário e fugiu após balear o militar.
Leonel Aquino foi socorrido para um hospital da região, mas será levado para atendimento especializado em Belo Horizonte. Segundo a PM, ele não corre risco de morrer.
Para Flávio Santiago, porta-voz da PM mineira, as quadrilhas especializadas em furto e roubos a bancos têm se proliferado no Estado devido a uma legislação fracassada. “A gente prende e a Justiça solta. São bandidos de alta periculosidade que não poderiam nunca estar livres pelas ruas do Brasil.” (Folhapress)