Sem tirar os olhos do celular, nem mesmo para tirar as fotos oficiais do evento em que participou em Buenos Aires nestas quinta (6) e sexta (7), um encontro internacional de parlamentares, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que as informações que vêm circulando indicando um possível acordo entre o seu partido e o PSDB para promover uma transição para uma gestão de Maia são “pura especulação”.
“Quando se vive uma crise tão profunda como essa, surgem especulações de todo o tipo. Li uma notícia hoje de que eu estaria pensando em usar a súmula 13 do Supremo [que impede o nepotismo] para que o ministro Moreira Franco não continuasse no cargo. Só que o ministro Moreira Franco não é meu sogro. Ele é casado com a minha sogra. Isso mostra o nível de irresponsabilidade de algumas pessoas na imprensa brasileira.”
Insistiu na afirmação de que o DEM não pretende deixar o governo. “Somos aliados do presidente Michel Temer, apesar de toda a crise, e eu disse ao presidente do meu partido no começo da crise que se tivesse que acontecer alguma coisa o DEM deveria ser o último a desembarcar do governo. Nós vamos manter a nossa posição de apoio ao governo.”
Quanto ao fato de não tirar os olhos do celular, Maia disse que estava acompanhando o resultado do jogo do Botafogo, que, na noite de quinta, tinha vencido o Nacional, do Uruguai, pela Copa Libertadores.
Como mostrou reportagem da Folha de S.Paulo, as articulações para que Maia substitua Michel Temer no Palácio do Planalto ganharam corpo na base governista e já foram discutidas inclusive na residência oficial do presidente da Câmara, em Brasília.
A denúncia por corrupção passiva apresentada contra Temer e o rápido derretimento do capital político do governo mudaram o comportamento de Maia nos bastidores e levaram a classe política a enxergar no presidente da Câmara, primeiro na linha sucessória, um potencial novo centro de poder do país.
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