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Eleições 2024
| Em 2 meses atrás

PUC-GO confirma: Fred Rodrigues não concluiu curso de Direito e não tem diploma; Falsidade ideológica vai à PF e pode dar cadeia

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O candidato a prefeito de Goiânia, Fred Rodrigues, teria cometido o crime de falsidade ideológica segundo o Art. 350 do Código Eleitoral com declaração inverídica à Justiça Eleitoral no registro da candidatura. Ele declarou curso superior na inserção de dados no TRE-GO, mas não tem diploma de conclusão do curso de Direito na PUC-GO.

A denúncia foi apresentada pela coligação “União por Goiânia”, que reúne partidos como União Brasil, MDB e Podemos, e alega que Rodrigues inseriu informações falsas em documentos oficiais ao afirmar que possui diploma de graduação em direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). A instituição de ensino, no entanto, emitiu documento para o processo em que declara oficialmente que não emitiu diploma do candidato.

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Em resposta, a PUC-GO declarou, em documento que o Diário de Goiás teve acesso, e assinado pela advogada Maria Aparecida Ribeiro S. Batista (OAB/GO 18.250) que o candidato ingressou na instituição em 2004 e que:

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“1. Esta Universidade nunca expediu Diploma de Curso Superior em Direito em favor de Frederico Gustavo Rodrigues da Cunha.

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2. Frederico Gustavo Rodrigues da Cunha não colou grau em Direito nesta Universidade.

3. Frederico Gustavo Rodrigues da Cunha não solicitou transferência para outra Instituição de Educação Superior.

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4. Frederico Gustavo Rodrigues da Cunha não teve nenhum diploma registrado por esta Universidade. Não temos informações sobre eventual registro de diploma junto ao Ministério da Educação expedido por outra Instituição”.

A controvérsia ganhou força após uma entrevista concedida por Fred Rodrigues ao jornal *O Popular*, publicada em 19 de outubro de 2024. Na ocasião, o candidato declarou ter completado sua formação em direito na PUC-GO, o que também foi informado oficialmente em seu pedido de registro de candidatura junto à Justiça Eleitoral. A partir dessa declaração, a coligação de Sandro Mabel decidiu entrar com uma ação na 136ª Zona Eleitoral de Goiânia para investigar a veracidade das informações apresentadas por Rodrigues.

Veja o documento completo:

O processo e a resposta da PUC-GO

O processo de número 0600333-82.2024.6.09.0136, que corre na 136ª Zona Eleitoral de Goiânia, envolve uma ação de tutela cautelar antecedente movida pela coligação “União por Goiânia”.

A ação tem o objetivo de apurar preliminarmente se as declarações de Fred Rodrigues sobre sua escolaridade são verídicas, antes mesmo de uma possível ação penal ser aberta. A coligação requerente argumenta que a veracidade da informação sobre a formação superior de Rodrigues é crucial para o pleito eleitoral, uma vez que a falsidade de dados dessa natureza compromete a lisura e a integridade do processo eleitoral.

Atendendo à solicitação da Justiça Eleitoral, a PUC-GO apresentou uma manifestação oficial em 22 de outubro de 2024, informando que Fred Rodrigues foi aluno do curso de direito na instituição, mas não concluiu o programa.

De acordo com a universidade, Rodrigues ingressou no curso por meio de transferência no segundo semestre de 2004, porém não conseguiu integralizar a matriz curricular, faltando 200 horas de atividades complementares obrigatórias. A PUC-GO destacou ainda que Rodrigues não colou grau, o que inviabiliza a emissão do diploma de graduação.

Além de negar a emissão do diploma, a PUC-GO também informou que não houve pedido de transferência de Rodrigues para outra instituição de ensino superior e que não há registros de solicitação de diploma ou certificado de conclusão por parte do candidato. O histórico escolar de Rodrigues foi anexado ao processo para corroborar as afirmações da universidade, o que fortalece os indícios de que a declaração de escolaridade apresentada pelo candidato é falsa.

Consequências jurídicas da denúncia

O caso deve ser encaminhado para a Polícia Federal, segundo informações dos bastidores colhidas pelo Diário de Goiás, para desdobramento da ação penal.  A declaração de informações falsas em documentos oficiais configura o crime de falsidade ideológica, previsto no artigo 350 do Código Eleitoral.

A lei especifica que omitir ou inserir declarações falsas em documentos públicos para fins eleitorais é uma infração passível de pena de reclusão de até cinco anos, além de multa. Nesse contexto, a coligação “União por Goiânia” argumenta que Fred Rodrigues, ao declarar falsamente sua graduação em direito no requerimento de candidatura, comprometeu a integridade do processo eleitoral, uma vez que a formação acadêmica é um fator relevante na avaliação do candidato pelos eleitores.

Para sustentar a denúncia, a coligação apresentou um conjunto de provas documentais, incluindo cópias do registro de candidatura de Fred Rodrigues, sua declaração pública ao jornal *O Popular* e a manifestação oficial da PUC-GO. A estratégia dos advogados da coligação é demonstrar que a falsa declaração foi feita de forma consciente, com o intuito de melhorar a imagem do candidato perante o eleitorado, configurando, assim, dolo na conduta de Rodrigues.

Além disso segundo o Art. 14 da Constituição Federal, parágrafo 10 “o mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude”. Ou seja, se eleito, não poderá ser diplomado.

Defesa de Fred Rodrigues

Até o momento, Fred Rodrigues não apresentou uma defesa formal sobre a acusação de falsidade ideológica. Em declarações à imprensa, seu advogado afirmou que o candidato está sendo alvo de uma campanha de desinformação por parte de adversários políticos, buscando enfraquecê-lo às vésperas das eleições. A defesa argumenta que Rodrigues é vítima de uma interpretação equivocada de suas declarações e que ele apresentará documentos complementares para esclarecer o caso.

A redação do Diário de Goiás solicitou informações à assessoria do candidato Fred Rodrigues sobre o caso na noite de terça, 22/10,  e aguarda a manifestação. Foi pedida informação se o candidato concluiu outro curso em outra instituição de ensino superior. O próprio candidato reforçou a informação dada ao O Popular durante o debate do dia 19/10/2024, na TV Record Goiás.

Na manhã desta quarta-feira, 23/10, porém, Rodrigues confirmou, durante debate realizado pela Rádio CBN em parceria com o jornal O Popular, que não possui diploma. Segundo o candidato, a alegação foi a de que ele teria formação nas grades curriculares do curso. “Não falo que eu tenho diploma. Eu disse que me formei nas grades curriculares e nas matérias do curso de Direito”, disse.

“Nunca falei que eu tenho diploma de Direito, nunca falei que eu sou advogado e não tenho interesse nenhum, porque eu não tenho ganho pessoal nisso. Até porque eu comecei a atuar em outra área, na área digital e de comunicação”, salientou Fred Rodrigues.

Veja, abaixo, o trecho do debate na TV Record Goiás, em que Fred diz ser formado em Direito:

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Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: altairtavares@diariodegoias.com.br .