GUSTAVO URIBE E DANIEL CARVALHO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Com a desistência da deputada Cristiane Brasil (RJ), o PTB iniciou uma disputa interna pela indicação de um nome para comandar o Ministério do Trabalho. O presidente da sigla e pai da parlamentar, Roberto Jefferson, informou ao Palácio do Planalto que pretende indicar o atual secretário-executivo da pasta, Helton Yomura, mas a bancada federal é contra e ameaça se rebelar caso ele assuma o cargo.
Em dezembro, após a saída de Ronaldo Nogueira do comando da pasta, Jefferson tentou emplacar Yomura no posto, mas o líder do partido na Câmara, Jovair Arantes, foi contra, e a indicação empacou.
Os deputados têm reivindicado que um parlamentar da bancada da legenda assuma a pasta e tem defendido Jorge Corte Leal (PE), que presidiu a Federação das Indústrias de Pernambuco, representante de sindicatos patronais.
Na quarta (21), o comando do PTB deve se reunir em Brasília para fechar um nome. A ideia é que, após a escolha, Jefferson leve o indicado ao presidente para que ele chancele a nomeação. Inicialmente, a bancada cogitou os deputados Alex Canziani (PR) e Sérgio Moraes (RS). O primeiro anunciou que será candidato à reeleição. O segundo enfrenta resistência do presidente.
Em 2009, Moraes causou polêmica ao dizer que estava “se lixando para a opinião pública” ao defender o ex-deputado Edmar Moreira, conhecido por ter sido dono de um castelo no interior de Minas.
Ele era o relator no Conselho de Ética de acusação contra o mineiro por suposta apresentação de notas falsas ao justificar o uso de verba indenizatória. Após a declaração, deixou a função.
A informação de que o PTB indicaria outro nome para o Trabalho foi antecipada pela Folha de S.Paulo. À reportagem Jefferson disse sua filha seguirá como deputada. “A ministra Cármen Lúcia [STF] não votará antes do segundo semestre. Vamos andar, caminhar para frente.”
Temer trava há quase dois meses uma guerra jurídica com o Judiciário pela nomeação de Cristiane. Ela foi impedida de assumir por condenações na área trabalhista. Em nota, Cristiane afirmou que a suspensão de sua posse foi “inconstitucional” e que ela foi vítima de machismo.
Temer também se dedicou na terça (20) à escolha da chefia do novo Ministério da Segurança Pública. São cotados o secretário da área em SP, Mágino Barbosa Filho, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen.