O Partido dos Trabalhadores (PT) questiona no Supremo Tribunal Federal (STF) resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que define como punição ao candidato que não prestar contas a impossibilidade de obter a certidão de quitação eleitoral até o fim da legislatura. O documento é essencial para o registro de candidatura e, sem ele, o cidadão não pode ser votado durante uma eleição.

Na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7677, o PT argumenta que não questiona a obrigatoriedade da prestação de contas, mas o fato de a punição durar toda a legislatura, ou seja, cerca de quatro anos.

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Como mostrou o Diário de Goiás, essa situação é enfrentada em Goiânia ironicamente por um opositor radical do PT, o deputado estadual cassado Fred Rodrigues. Ele é pré-candidato a prefeito pelo PL e crítico da candidatura da deputada federal petista Adriana Accorsi. Assim como já foi cassado, ele corre o risco de ficar inelegível no pleito deste ano por problemas nas contas da eleição municipal de 2020.

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Além de ter de torcer pelo sucesso da ADI do PT, outra coincidência irônica é que Fred Rodrigues, quando deputado, era crítico contumaz do ministro Alexandre Moraes. O ministro era presidente do TSE até maio, mas hoje está exclusivamente no STF. Segundo divulgado no início da noite de sexta-feira (21) pelo STF, a ADI foi distribuída para Alexandre Moraes.

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PT questiona restrição

A resolução questionada pelos petistas, indica que a impossibilidade de emitir a certidão de quitação eleitoral permanece mesmo se o candidato regularizar a situação no período. “É desproporcional e desarrazoado se estender essa restrição para todo o período da legislatura, ainda que o candidato inicialmente omisso tenha prestado suas contas e purgado sua mora”, sustenta.

Para o partido, a resolução violou princípios como o da legalidade, da proporcionalidade e o da dignidade da pessoa humana, uma vez que impede pessoas de se candidatar. O PT afirma que, uma vez que a prestação de contas seja feita, a situação do candidato deve ser restabelecida perante a Justiça Eleitoral.

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