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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

PT do Senado pede renúncia de Temer

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Sem fechar acordo sobre um pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer, a bancada do PT começou a adotar um discurso em torno da renúncia do peemedebista nesta segunda (28). Vai apostar nessa retórica, pelo menos enquanto a situação política no Congresso se mantiver favorável ao governo.

“O melhor seria que esse presidente tivesse a grandeza moral e política de renunciar agora”, afirmou em discurso no plenário o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE).

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O petista justificou que, ao renunciar, Temer permitiria que “o povo brasileiro pudesse exercer o direito de soberanamente escolher um mandatário para exercer a Presidência da República”.

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Até 1º de janeiro de 2017, dois anos após a posse da chapa Dilma-Temer, a vacância do cargo de Presidência obriga a realização de novas eleições diretas. Com a saída de Dilma, caso Temer se encontre impedido de estar no cargo até essa data, o povo deve voltar às urnas.

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Após esse período, as eleições passam a ser indiretas. Ou seja, o novo presidente da República é escolhido pelo Congresso, segundo determina a Constituição Federal.

“Os que deram o golpe agora querem dar o golpe dentro do golpe. Querem derrubá-lo no ano que vem para elegerem indiretamente neste Congresso… Este Congresso, que está quereno anistiar o caixa dois, é que vai eleger o presidente da República”, afirmou Costa.

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Esse discurso será repetido em discursos e entrevistas, como fizeram os opositores de Dilma desde o início do desgaste de seu governo, ainda no primeiro mandato. A avaliação da bancada petista é que, ainda que a crise política que chegou ao gabinete presidencial se agrave, só a renúncia de Temer garantiria eleições diretas.

“Michel Temer não tem condições de governar. Talvez, para se recolocar no cenário ou tirar o apequenamento que fez da Presidência da República, poderia ter a grandeza de renunciar e convocar eleições diretas neste país. Só o povo, o voto popular, tem condições de arrumar a situação na qual nos encontramos”, disse, também da tribuna, Gleisi Hoffmann (PT-PR).

“Eu acho que a grande saída seria a renúncia e a convocação de eleições diretas imediatas. Renúncia. Renúncia. Aquele presidente que estava dando aquela entrevista coletiva, minha sensação ali é que não tinha mais ninguém no comando. Um presidente atônito, sem conseguir responder perguntas, sem ter um discurso para falar para o país”, discursou Lindbergh Farias (PT-RJ).

Os petistas endureceram os discursos contra o governo após revelação da Folha de S.Paulo, na última quinta (24), do depoimento ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à Polícia Federal, no qual ele afirmou ter sido pressionado por Michel Temer a intervir em benefício do amigo pessoal do presidente, na ocasião secretário de Governo Geddel Vieira Lima. Tratava-se de uma negociação imobiliária em Salvador.

Afastamento

Esse posicionamento pode substituir as primeiras manifestações de petistas assim que as denúncias contra o presidente vieram à tona, que logo falaram em pedir o impeachment de Temer.

Senado e Câmara têm ampla maioria governista. Os presidentes das duas Casas são aliados de Temer. Um pedido de impeachment, para começar a tramitar, precisa ser avalizado pelo comandante da Câmara, atualmente o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Embora os senadores Lindbergh e Gleisi tenham se adiantado na semana passada afirmando que a oposição do Senado protocolaria um pedido de impeachment contra Temer, uma série de fatores tem pesado para deixar essa iniciativa para depois.

Primeiro, é a falta de consenso na bancada petista. Avaliando o atual cenário, sabem que Maia dificilmente levaria adiante um pedido de impeachment contra Temer. Além disso, ainda resta dúvida sobre a prática de crime de responsabilidade pelo presidente.

Por fim, conforme os regimentos das duas Casas, quem assina o pedido de afastamento definitivo de um presidente fica impedido de participar das comissões de impeachment que precisam ser formadas caso a proposta vá adiante.

Denúncia

A oposição entregou, esta tarde, à PGR (Procuradoria-Geral da República), uma representação com pedido de apuração de possíveis crimes cometidos por Temer.

Segundo eles, Temer cometeu concussão, advocacia administrativa e improbidade administrativa ao tratar do empreendimento imobiliário de Geddel com Calero.

Folhapress

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