A Executiva Nacional do PSDB decidiu, em reunião nesta quinta-feira (15), em Brasília, prorrogar até maio de 2018 o mandato do senador Aécio Neves (MG) como presidente do partido.
A votação, que contou com 22 votos favoráveis e dois contrários, além da abstenção do próprio Aécio, foi resultado de uma articulação entre o senador mineiro e o ministro José Serra (Relações Exteriores), ambos rivais do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na disputa pelo cargo de candidato tucano à sucessão presidencial em 2018.
O resultado desagradou a Alckmin e a seus dois aliados que votaram contra Aécio, os deputados Silvio Torres (SP) e Eduardo Cury (SP), pois deu ao senador mineiro o comando do partido até o início do ano eleitoral.
Alckmin ganhou força dentro da sigla após a eleição de João Doria para prefeito de São Paulo, ainda no primeiro turno e com apoio do governador, que articulava para colocar um aliado à frente do partido. O cargo é considerado fundamental para a definição do nome do PSDB para a corrida à Presidência em 2018.
Em nota, o PSDB diz que a decisão tem o objetivo de “manter a unidade do partido, neste momento de crise econômica e política”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra da legenda, enviou voto por escrito pela recondução de Aécio. Ele afirmou que o partido precisa “mais do que nunca da união de seus líderes que, espero, na ocasião oportuna estarão também em torno de quem, em 2018, tiver melhores condições de apoio eleitoral e político para levar o Brasil adiante”.
Aliados de Alckmin diziam que a prorrogação do mandato não estava prevista no estatuto do PSDB, mas a Executiva explica que a medida já foi usada em outras quatro ocasiões: com Teotônio Vilela, José Aníbal, Tasso Jereissati e Sérgio Guerra.
Folhapress