Após reunião com partidos da base da prefeitura municipal de Goiânia, o presidente do PSB estadual, José Batista Júnior, o Júnior Friboi, deu sinais de que irá manter o apoio à reeleição do prefeito Paulo Garcia (PT). As conversas sobre uma possível candidatura de Barbosa Neto passaram como desentendido e as discussões voltaram-se para a criação de uma chapa proporcional de vereadores.

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O cenário certo, no entanto, só poderá ser descrito no último momento autorizado para o anúncio oficial dos candidatos. O clima ainda é de agitação e incertezas. De um lado, Paulo Garcia agindo como quem já ganhou a eleição e apoiá-lo é um honra, portanto sem ações que possam gerar reflexos eficazes no resultado da disputa, e do outro lado, um governador que precisa se submeter às necessidades do partido e declarar apoio inicial a um nome com pequenas chances de vitória. É o que revelam as pesquisas.

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Paulo e seu acanhamento político têm gerado insatisfações dentro do próprio partido. Entre apoiadores descontentes, é comum ouvir a avaliação de que há muito tempo não se via um petista tão sem expressão na Prefeitura de Goiânia. Para muitos, situação pior que a do ex-prefeito Pedro Wilson, também do PT e que perdeu a reeleição justamente para Iris Rezende, em 2004. Sua falta de articulação e aparente despreocupação com o processo eleitoral incomodam os aliados, como Júnior Friboi, que declara apoio, mas mantém um pé e meio atrás. No discurso, companheiro insubstituível. Na prática, pelo menos outros três aguardam em standby por apoio.

Como dificuldade é o lema desta eleição, Marconi Perillo se depara com o clamor dos tucanos para que lancem, finalmente, um candidato à disputa representando a base do governo estadual. Desde que Marconi assumiu o governo de Goiás, nenhum tucano se aproximou da Prefeitura de Goiânia. O governador nunca elegeu um prefeito na Capital. Desta vez, a possibilidade de repetição desse quadro de derrotas conta com agravantes como o recuo tardio de Leonardo Vilela, a indecisão para apresentação de outro nome e a Operação Monte Carlo, a que levou a Polícia Federal a prender o contraventor Carlinhos Cachoeira na casa que era do governador.

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Se não fosse a necessidade do PSDB de voltar ao jogo, Marconi poderia apoiar o deputado federal Jovair Arantes (PTB). O deputado conta com boa estrutura financeira para a campanha, boa articulação política e experiência na vida pública. O governador ganharia ainda um ponto com o governo federal apoiando um candidato bem quisto no Congresso.

Jovair poderia angariar, de uma só vez, Marconi Perillo, Júnior Friboi – já que o presidente nacional do PSB, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, mantém um bom relacionamento político com o petebista -, Vanderlan Cardoso – que procura meio de participar do processo e não pretende seguir com Paulo – e até mesmo a presidenta Dilma Rousseff (PT).

O deputado conta ainda com avaliação popular razoável e pequeno índice de rejeição. Um bom nome para representar uma disputa que têm levado aflição a quase todos os políticos de Goiás. Um candidato nem de lá, nem de cá. Que não bate de frente com ninguém e com quem ninguém quer bater de frente. Já negociou com quase todos.

Tudo indica que será via Jovair Arantes que Vanderlan Cardoso entrará na disputa. Atualmente sem partido, o ex-prefeito de Senador Canedo mantém grande influencio sobre o PSC. Partido de sua mulher Isaura Cardoso. A escolha do vice de Jovair tem se afunilado no nome do vereador Simeyzon Silveira, do partido cristão. Mesmo não representando a situação estadual, Jovair tem boas chances – como mostra pesquisas às quais o Diário de Goiás teve acesso – de seguir para o segundo turno e pode representar grande risco à reeleição de Paulo Garcia.

Mas nada está fechado ainda – e nada estará até o último minuto do dia 30. Jovair deverá manter diálogo com Friboi e Vanderlan. Quem não quer o peso de um frigorífico e o voto de quase 200 mil eleitores?

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