O governador Ronaldo Caiado critica novamente o modelo atual de renegociação das dívidas dos estados com a União e cobrou urgência na revisão do indexador da dívida. As falas ocorreram durante entrevista à GloboNews, veiculada nesta quinta-feira (4).
Convidado do programa Em Ponto, apresentado por Mônica Waldvogel e Nilson Klava, Caiado criticou o modelo de renegociação e assegurou que vai atuar fortemente por um desfecho positivo para a “eterna novela das dívidas dos estados”.
A expectativa agora é que o tema avance no Congresso por meio de projeto articulado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Da forma como está, argumentou ele, a situação conduz a um sufocamento fiscal. “É próximo a um processo de ‘agiotagem’”, comparou.
Caiado foi incisivo ao falar da necessidade de revisão do indexador das dívidas dos estados com a União. Segundo ele, a revisão é importante “para que esse parâmetro não transforme todos os governadores em maus pagadores”.
Além disso, o governador disse que “nenhum estado consegue arcar com uma dívida que sobe de R$ 283 bilhões para mais de R$ 700 bilhões”. Caiado se referia ao valor atual dos débitos dos entes federativos com a União, que saltou nos últimos anos e chegou a R$ 764 bilhões.
Para Caiado, a inação neste tema pode levar os estados a uma séria incapacidade de investimento já a partir de 2025. E também destacou a pressão crescente sobre os recursos estaduais para atender às necessidades básicas da população.
Citando que há um passivo cobrado pela população, ele ainda afirmou: “É um tema que não dá mais para ser prorrogado, senão os estados entram num processo de incapacidade de investimento. Tem uma demanda que a sociedade exige de nós em saúde, educação, segurança, infraestrutura, isso daí não pode ser garroteado”, declarou.
O governador goiano também criticou a centralização de poder pelo governo federal, mencionando a reforma tributária como exemplo. “Os estados têm sido muito penalizados. Você vê que cada vez mais o governo federal tenta concentrar esse poder. Cada vez mais se apoderando das decisões dos estados, tirando em muito a nossa governabilidade e a nossa capacidade de prever o avanço da economia e da oferta de empregos à nossa população”, finalizou.