Desde ontem, domingo (18/08) a possibilidade do subprocurador Antônio Carlos Simões Soares ser indicado para o cargo de Procurador Geral da República em substituição à Raquel Dodge ganhou corpo e há quem diga que Bolsonaro já bateu o martelo.
O problema da indicação é que ela criou um forte clima de insatisfação entre os procuradores. O Globo desta segunda-feira mostra que integrantes do MPF sustentaram que Soares não teria condições de chefiar o MPF no atual contexto que vive o país.
Eles afirmam que o futuro indicado está apenas há dois anos em Brasília como subprocurador-geral, não comandou grandes investigações e não é tão conhecido entre os colegas de instituição.
Os bastidores também levantam que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) filho mais velho do presidente da República teve influência no processo de escolha. O advogado do senador teria sido responsável pela indicação. O problema é que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, é alvo de uma investigação do Ministério Público do Rio sobre supostas fraudes no gabinete do parlamentar.
Acusação de falsificação
Um agravante em todo esse contexto é que Simões já respondeu a um processo por delitos contra a fé pública e foi acusado de realizar uma falsificação em 1995. De acordo com a denúncia, o então procurador junto à Justiça de Juiz de Fora, em Minas gerais, teria falsificado a assinatura de um advogado para dar andamento em um ato processual. As informações são da coluna de Mônica Bergamo na Folha de São Paulo.
A denúncia foi aceita pelo TRF-1 e apesar dele ter passado a responder um processo seus advogados recorreram ao Supremo Tribunal Federal. O Supremo concedeu habeas corpus mas o caso acabou prescrevendo e Soares não chegou a ser julgado.