“Você já deu certo na vida”, diz o cartaz levantado por uma garota em frente ao local de provas do Enem, na Barra Funda (zona oeste de SP). Um jovem ao lado segurava outra placa: “Seja o vento que espalha a mudança”.
No mesmo ano em que pessoas foram até os portões no primeiro dia de provas para zombar dos atrasados, outro grupo diz ter saído de casa para fazer o inverso.
Em meio ao burburinho em frente a um ponto de prova do Enem na Barra Funda (zona oeste de SP), a estudante Karen Arraes, 24, era só concentração na manhã deste domingo (12).
Com o livro de estudos no colo, revisava exercícios da área de exatas. “A minha preocupação são as fórmulas. Se eu lembrar delas, faço os exercícios”, diz ela, que tentará passar em Medicina. Devido à dificuldade para entrar nesta carreira, ela diz que não poderá se dar ao luxo de ir mal em nenhuma disciplina.
Assim como ela, muitos que aguardavam a abertura dos portões da Uninove estavam apreensivos sobre o que viria pela frente no segundo dia de provas do Enem, considerado o mais difícil.
O exame trará as provas de ciências da natureza e matemática, com 45 questões cada uma. Essas foram as disciplinas com menores médias gerais nas últimas três edições.
Esse é o primeiro ano em que matemática e ciências da natureza caem no mesmo dia.
“Fiz a prova no ano passado e estava bem difícil. Estou com um pouco de medo”, disse Stephany Ribeiro, 17, que pretende estudar engenharia. Ela diz que preferiu dar um tempo nos estudos no fim de semana. “Agora é hora de concentrar e relaxar”.
A esperança de Vitor Alves de Lima, 17, era compensar o pouco gosto pela matemática com os conhecimentos em ciências naturais. “É minha área, quero fazer biologia”.
Já Zidan Bonanne, 18, demonstrava mais tranquilidade. “Na última prova, fui na média. Como vou bem em matemática, espero que isso faça a diferença na minha nota”, afirma.
Mensagem
Cerca de 20 pessoas ostentavam placas com mensagens de motivação em frente ao ponto de provas. Segurando um pedaço de papelão com a mensagem “Não tenha medo do futuro”, a estudante Raphaela da Silva Corrêa, 17, afirmou que trata-se de uma ação feita por grupos ligados a igrejas e à área da educação.
“O objetivo é trazer esperança. Se diz que essa prova de hoje pode definir sua vida. Não acreditamos nisso. A faculdade é um sonho que você pode realizar, mas não te define”, afirma ela, que no último ano passou em ciências sociais na Unifesp.