O protesto de servidores do Estado do Rio contra o pacote de ajuste fiscal proposto pelo governador Luiz Fernando Pezão começou na manhã desta quarta-feira (16) com racha entre os manifestantes em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
No início do ato, por volta das 10h40, um grupo de agentes penitenciário se desentendeu com servidores da educação por conta da presença de bandeiras de partidos de esquerda. Servidores do Degase, o sistema correcional para menores infratores no Rio, tomaram a bandeira de militantes da educação.
Houve empurra-empurra e um policial militar aposentado jogou spray de pimenta no meio da confusão. Ocorreu um princípio de tumulto, mas logo em seguida os ânimos se dissiparam.
A Alerj está cercada por grades e grande efetivo da PM. Embora tenha sido chamada a ajudar no protesto, a Força Nacional ainda não foi vista pela reportagem. O local tem sido palco de protestos e confrontos nos últimos dias por causa do pacote de medidas fiscais do governo do Estado.
O racha ocorre entre servidores da educação, cultura e saúde com servidores da área da segurança pública, que comparecem em peso. Embora protestem pelo mesmo motivo, há divisão ideológica entre os grupos.
Policiais militares e civis, bombeiros e agentes penitenciários, além de servidores do Judiciário e do Ministério Público participam do ato.
Policiais militares, vestidos de azul, estenderam uma faixa que diz “sem 13º, sem Réveillon”. Uma segunda faixa diz “se aprovar [o pacote], a polícia vai parar”.
Segundo o presidente do Sindicado do Sistema Penitenciário (SSP-RJ), Gutemberg Oliveira, afirmou que o movimento é apartidário.
De acordo com ele, não há a intenção entre os manifestantes de voltar a ocupar o prédio da Alerj, a exemplo do ocorrido na semana passada, quando policiais em protesto invadiram a assembleia legislativa.
“Estamos aqui para fazer pressão e nosso inimigo é outro. A luta é unificada e temos que deixar nossas diferenças de lado. Não queremos ocupar a Alerj para não ter banho de sangue”, disse.
Por volta das 11h40, contudo, uma militante convocou, em discurso no carro de som, a invasão do prédio. Servidores da segurança chegaram a cantar “uh, vamos invadir”, mas não houve movimentação nesse sentido.
Servidores da educação comemoraram quando chegou ao protesto a informação de que o ex-governador do Rio Anthony Garotinho foi preso pela Polícia Federal.”Au au au, só falta do Cabral”, cantaram em referência ao também ex-governador Sérgio Cabral.
Palavras de protesto foram direcionadas também ao atual governador Pezão e o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB).
Folhapress