Ao registrar o Plano de Governo, no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e candidato ao governo, Gustavo Mendanha (Patriota), coloca como uma de suas propostas a construção de 800 quilômetros de linhas de transmissão, 22 novas subestações e a reforma de outras 12, como meio para solucionar o problema de energia em Goiás.
Nos últimos anos, os problemas em energia elétrica têm afetado o desenvolvimento de Goiás e trazido prejuízos aos produtores rurais, industriais e empresários de várias atividades econômicas. A participação da indústria no PIB, por exemplo, caiu e a competitividade de Goiás também.
O atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), tem culpado, durante entrevistas como candidato à reeleição, a má distribuição energética pela falta de crescimento de Goiás e disse que esse problema é um ‘gargalo’, e isso ‘atrapalhou’ a vinda de novas indústrias no estado. Em entrevista ao Diário de Goiás, Mendanha disse, no último dia 24 de agosto, que a culpa do problema da energia no estado, é, além da empresa que não fez os investimentos necessários, também de Ronaldo Caiado (UB).
O aporte financeiro para a execução desse serviço será a partir de um fundo criado pelo governo estadual no valor de R$ 2 bilhões. A previsão é de que o retorno financeiro do fundo ocorra em 10 anos.
O programa “Parceiros de Goiás” entre eles o setor produtivo, consórcio de municípios ou associações, que tiverem interesse em financiar, seja retomando ou construindo equipamentos necessários, serão ressarcidos na conta junto à Concessionária de Distribuição de Energia.
Esse formato de parcerias já foi realizado, a exemplo de uma grande empresa de frigoríficos, a Pif Paf, e também uma das maiores empresas de mineração do mundo, Anglo American, tiveram que realizar investimentos em parceria com a concessionária de distribuição de energia. As duas geram milhares de empregos em Goiás.
Porém, o governo Caiado não estimulou nenhuma parceria e agora segue sem apresentar uma proposta.
Mendanha avalia que ao solucionar o problema da distribuição de energia, haja mais investimentos em Goiás, com a instalação de mais empresa e a ampliação do agronegócio. “Esse projeto é uma luz no final do túnel para os Goianos. Ao atrair empresas são oferecidas novas oportunidades de trabalho, e auxilia na resolução dos problemas sociais”, explica.
Além disso, com o aumento da demanda pela energia elétrica, aumenta a arrecadação do governo, uma vez que a energia é uma das principais fontes de receitas.
Para que a energia chegue até o consumidor são necessárias três etapas: Geração, Transmissão e Distribuição. Até os anos 2000, a Celg era responsável por toda operação do sistema.
Desde 2004, com o marco da energia elétrica – Lei que determinou a separação das empresas-, as etapas foram divididas. A Celg D, que foi vendida à Enel em 2016, ficou responsável pela distribuição, e a Celg GT, que ficou com as etapas de geração e transmissão, foi dividida e teve a área de transmissão vendida por R$ 1.9 bilhão para a EDP, em 2021 pelo atual governador.
As usinas que foram instaladas em Goiás geraram 21,9 mil Gw/hora por ano, número maior que o consumido pelos goianos, que é de 14,5 mil Gw/hora por ano. Ou seja, o problema não está na geração de energia, mas sim na transmissão e distribuição, feitas pela Celg GT e Enel.