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| Em 4 anos atrás

Proporção de pessoas com anticorpos para a Covid-19 aumenta 50% em duas semanas no Brasil

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Os testes foram aplicados em 133 cidades de todos os estados do Brasil. Foram 31.165 entrevistas e testes. Em 120 cidades, incluindo 26 das 27 capitais, pelo menos 200 pessoas, selecionadas por sorteio aleatório, foram testadas. O estudo foi conduzido entre os dias 4 e 7 de junho.

Em 83 cidades, foram entrevistadas e testadas 200 ou mais pessoas nas duas fases da pesquisa. Nessas cidades, a proporção da população com anticorpos aumentou de 1,7% na fase 1 para 2,6% na fase 2 (podendo variar de 1,5% a 1,8% na fase 1 e de 2,4% a 2,8% na fase 2 pela margem de erro da pesquisa). Esse aumento de 53% foi estatisticamente significativo e é inédito em estudos similares. Por exemplo, na Espanha, estudo semelhante indicou aumento de apenas 4% entre as duas etapas da pesquisa.

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No conjunto das 120 cidades que alcançaram 200 ou mais entrevistas na fase 2 da pesquisa, a proporção de pessoas com anticorpos, que significa que já tiveram ou têm o coronavírus, foi estimada em 2,8%, podendo variar de 2,6% a 3,0% pela margem de erro da pesquisa. Esses dados já levam em consideração a taxa de falsos positivos e falsos negativos do teste rápido utilizado. Essas 120 cidades correspondem a 32,7% da população nacional, totalizando 68,6 milhões de pessoas, entre as quais, 1,9 milhão (margem de erro de 1,7 a 2,1 milhões) estão ou já estiveram infectadas. A única cidade que não autorizou a realização da segunda fase da pesquisa foi Santo Antônio de Jesus, na Bahia.

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Segundo os pesquisadores da UFPel, os resultados dessas 120 cidades não devem ser extrapolados para todo o país, nem usados para estimar o número absoluto de casos no Brasil, pois são provenientes de cidades populosas, com circulação intensa de pessoas e que concentram serviços de saúde. A dinâmica da pandemia, portanto, pode ser distinta da observada em cidades pequenas ou em áreas rurais. No entanto, os pesquisadores voltam a afirmar que a contagem de pessoas com anticorpos no Brasil certamente já está na casa dos milhões, e não mais dos milhares.

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A comparação do número de pessoas com anticorpos estimado pela pesquisa com os números oficiais de casos confirmados aponta para uma grande disparidade. No dia 3 de junho, véspera do início da pesquisa, essas 120 cidades somadas contabilizavam 296.305 casos confirmados e 19.124 mortes. Os dados do EpiCovid19-BR estimam que, para cada caso confirmado de coronavírus nessas cidades, existem seis pessoas com anticorpos na população.

Região Norte lidera

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Entre as 15 cidades com maiores prevalências do vírus, 12 estão na Região Norte e três no Nordeste (Imperatriz, Fortaleza e Maceió). Na Região Sul, nenhuma cidade apresentou prevalência superior a 0,5%, e, na Região Centro-Oeste, apenas três cidades superaram esta marca (Brasília, Cuiabá e Luziânia). Segundo os pesquisadores, esse resultado confirma que a Região Norte tem o cenário epidemiológico mais preocupante do Brasil, o que já havia sido mostrado na primeira fase da pesquisa.

As diferenças entre as capitais do Brasil foram marcantes. Em Boa Vista (RR), a proporção da população que tem ou já teve coronavírus foi estimada em 25%, ou seja, um de cada quatro habitantes da cidade está ou já esteve infectado. Foi possível testar 200 ou mais pessoas em 26 das 27 capitais. Entre estas, seis apresentaram resultado superior a 10%: Boa Vista (RR), Belém (PA), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Manaus (AM) e Maceió (AL). Das 10 capitais com percentuais mais altos da população com anticorpos, quatro são da Região Norte, cinco são da Região Nordeste e uma da Região Sudeste.

Cenário goiano

Em Goiás, a pesquisa aplicou 250 testes em Goiânia, com nenhum resultado positivo. Em Iporá, na região oeste do estado, também foram 250 testes, sem pessoas com diagnóstico positivo para os anticorpos. O resultado se repetiu em Itumbiara, no sul do estado, com 250 testes e nenhum positivo, e em Porangatu, na região norte.

Em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, houve três positivos para 250 testes, com prevalência de 1.4%. Em Rio Verde, uma pessoa, entre 250, tem anticorpos para o vírus.

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