O projeto de lei proposto pelo prefeito Rogério Cruz (SD), que prevê a desafetação de 72 áreas públicas municipais, poderá voltar à pauta na gestão de Sandro Mabel (UB). O novo prefeito sinaliza a intenção de reavaliar a iniciativa com uma abordagem diferente, levando em conta tanto o uso estratégico das áreas quanto a necessidade de alinhamento com as demandas urbanísticas e sociais de Goiânia.
Em entrevista à coluna Giro do jornal O Popular, Sandro Mabel afirmou não ter planos de retomar a discussão do projeto durante o período de transição, uma vez que a proposta está paralisada na Comissão de Urbanismo e Habitação da Câmara Municipal. Contudo, ele adiantou que poderá solicitar o desarquivamento do texto na próxima legislatura.
De acordo com Mabel, o objetivo da medida não seria aumentar as receitas da Prefeitura, mas sim promover permutas ou destinar os imóveis a iniciativas como a criação de arranjos produtivos locais (APLs) nos bairros, impulsionando o desenvolvimento econômico e social.
Vale lembrar que em julho, Rogério Cruz defendeu o projeto, destacando que as áreas à venda representam apenas 1,5% do total de espaços públicos da capital. “Estamos falando de 76 áreas, ou seja, 1,5% do território público de Goiânia. Aliás, só na minha gestão, as cessões de uso feitas para instituições superaram esse percentual que estamos propondo vender”, afirmou.
Na ocasião, o prefeito também enfatizou que a proposta não é uma iniciativa de última hora, mas um projeto que vem sendo preparado há meses. “Não se trata de algo de fim de gestão. Este é um projeto que já estava pronto há bastante tempo, mas, infelizmente, a tramitação é demorada e acaba travando algumas ações”, concluiu.