Funcionários de empresas de telefonia e do transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia estão preocupados com mudanças no serviço de saúde de suas empresas. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Multisaúde (Samedh) está impedida de comercializar contratos de assistência desde que a instituição incluiu a empresa na lista dos que receberam a proibição. Hoje, a empresa está sob regime de Direção Fiscal (Uma espécie de intervenção).
O documento diz, ainda, que o impedimento implica que “não pode ocorrer a adesão de novos beneficiários. Constatada a comercialização de produtos suspensos, a operadora está sujeita à multa de R$ 250 mil e suspensão do exercício do cargo por 180 dias, como determina o art. 19, §1º da Resolução Normativa – RN nº 124 de 2006”.
Para a ANS, é preocupante a possibilidade de não cumprimento de obrigações na assistência média. “Multi Saúde Assistência Médica e Hospitalar Ltda encontra-se sob o regime de direção fiscal, instaurado pela ANS, em razão de graves anormalidades administrativas e econômico-financeiras que colocam em risco a qualidade e a continuidade do atendimento à saúde dos beneficiários, como fundamentado no art. 24 da Lei nº 9.656, de 1998”, concluiu a nota.
Sindicato age na defesa de usuários
O Sindicatos dos Empregados em Empresas de Telefonia e Telecomunicação de Goiás notificou as empresas que prestam serviços na área para a gravidade da situação. Fagner Tavares, diretor jurídico do Sintell-GO, conta que já fez uma comunicação para as empresas na área, preocupado com o serviço. “Já notifiquei as empresas sobre o assunto”, disse ele, referindo-se à nota da ANS sobre a regularidade dos serviços de assistência médica da Multi Saúde Samedh .
Segundo ele, a primeira reunião sobre o fato está agendada para esta terça, 15, na sede da Oi, na BR-153. A entidade “já posicionou a empresa contra a mudança” e pode levar o caso para instâncias do Ministério do Trabalho.
Transporte Coletivo
Ao saber da situação, Alberto Araújo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo, rapidamente pediu esclarecimentos ao Rápido Araguaia, que contratou o serviço recentemente para atender à Convenção Coletiva. “Nossa principal preocupação é continuidade do serviço do plano de saúde”, disse ele à reportagem do Diário de Goiás.
Procurada sobre o fato, a empresa Rápido Araguaia divulgou uma breve nota após tomar conhecimento da manifestação da ANS. “Estamos apurando a situação internamente. Não colocaremos em risco a vida de nossos colaboradores e de seus respectivos familiares”, divulgou a assessoria de imprensa da empresa. Até o fechamento da matéria, a empresa ainda não revelou qual o resultado da apuração interna.
A empresa
Procurada pela reportagem do Diário de Goiás, a diretoria financeira da Multisaúde Samedh limitou-se a afirmar que os diretores da empresa estavam viajando na tarde da segunda, 14, por isso não poderiam disponibilizar a versão da empresa. O contato foi encaminhado para o advogado Márcio Darnese, de São Paulo. Procurado por duas oportunidades para manifestar-se, a telefonista do escritório informou que o advogado não poderia atender. Apesar dos pedidos de contato, a fonte não retornou, apesar do aviso do prazo até a publicação da matéria.
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