O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás (Sintego) marcou para o dia 1º de outubro a assembleia que deve deliberar sobre a greve dos professores da rede estadual.
Segundo a presidente da entidade, Bia de Lima, o prazo servirá para que todos os profissionais possam ser visitados e se inteirar sobre a situação, mas também para que o governador Ronaldo Caiado reflita sobre as demandas da categoria.
“Estamos dando espaço para o governador pensar bem e resolver essa parada sem a greve. O esforço do Sintego é para que não tenhamos a greve, mas está nas mãos do governador. Se houver greve, a culpa é do governador, não é nossa. Nós já estamos esperando por demais”, destacou.
Piso e progressões
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a eficácia das emendas constitucionais 54 e 55 foi comemorada pelo Sintego. De acordo com Bia de Lima, o fim do teto derruba um dos argumentos do governador Ronaldo Caiado para não conferir à categoria o reajuste do piso salarial e as 1612 progressões que estão em espera há dois anos.
“O governador disse para nós do Sintego que não iria pagar o reajuste do piso por conta da emenda constitucional 54, assim como estava impedido de pagar as progressões também por conta da emenda constitucional. Agora que a emenda 54 caiu, eu quero saber dele. Nós queremos nossos direitos. Qual será a desculpa agora? Espero que ele nos atenda e possa garantir o que é de direito da Educação. Mesmo enfiando a UEG dentro dos 25% da Educação, o Estado continua não gastando esse percentual”, advertiu.
O Governo de Goiás disse que a decisão do STF representa, na prática, um corte de R$ 130 milhões na folha dos servidores. Caiado alega que tentará evitar cortes tão robustos de servidores. Todavia, o cenário acena com possibilidade de demissões. Mesmo assim, o Sintego mantém a demanda pelo reajuste do piso e pelas progressões.
“Demita de outros poderes, não da Educação, que vem tendo demitidos há muito tempo. A Educação é quem paga as contas de Goiás. Os outros poderes estão muito chateados com o governador porque recaiu muito mais no Legislativo, Executivo e no próprio Ministério Público, que terão que fazer essas economias, do que na administração direta. A administração direta já vinha tentando enxugar de todas as maneiras, especialmente a Educação. Agora que não há o impeditivo da emenda 54, queremos o que é de direito, especialmente a assinatura das progressões”, argumentou Bia.