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Professores denunciam falta de segurança após incêndio em laboratório da UFG

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Incêndio ocorreu nesta terça, 6. (Foto: Divulgação/Adufg)

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O laboratório de análise de alimentos, do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás (UFG), pegou fogo nesta terça-feira (6), por volta das 11h30. O laboratório fica dentro da Escola de Agronomia e, segundo professores, não possui sinalização e equipamentos de proteção necessários.

Para apagar o incêndio foi necessário procurar o único extintor existente no prédio, mas houve grande dificuldade para encontrá-lo. Segundo a professora Tatiane Ferreira, do curso de Engenharia de Alimentos, o incêndio foi controlado rapidamente, mas poderia ter causado até explosões devido aos reagentes químicos inflamáveis do laboratório.

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“Como nós não temos equipamentos de segurança em todos os laboratórios, até a gente conseguir apagar o fogo demorou uns dez minutos. É um retrato da nossa realidade, porque não temos condições. Foi um milagre. Por pouco o fogo não saiu de controle. Era para explodir, pegar fogo em todo o departamento. Até a gente achar as máscaras, muitos já tinham inalado aquela fumaça e o gás tóxico. Acredito que não é uma situação só nossa, acho que muitos outros laboratórios estão nessa condição”, disse Tatiane Ferreira.

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De acordo com Gilberto Goulart, um professor que auxílio no combate ao incêndio, ele estava conversando com dois alunos e a técnica do laboratório quando outro estudante correu para pedir ajuda. “Eu e o professor Gabriel [Castiglioni] saímos correndo para desligar o gás, porque não havia válvula nas proximidades. Era muito perigoso. O fogo já estava alcançando a bancada e a geladeira, e o laboratório é cheio de reagentes inflamáveis”, afirmou.

Durante o relato, o professor disse: “Ninguém sabia o que fazer, todos estavam com muito medo de explosão. O laboratório estava cheio de fumaça preta tóxica, muito pesada. […] Por uma questão de minutos não ocorreu uma explosão”. Gilberto também reclamou da falta de atendimento médico na Universidade.

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“Tivemos que ir para o Cais, porque não tinha pronto atendimento para isso no campus. A situação de socorro no campus foi precária. No posto não tinha médico, pois ele só chegava às 14h. Seria ou esperar uma ambulância ou morrer. É uma situação gravíssima, porque todos nós, alunos, professores e técnico-administrativos estávamos terrivelmente expostos”, destacou o professor que passou mal após inalar a fumaça.

A publicação do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg) também traz uma série de acidente ocorridos devido à falta de segurança, entre eles o caso de Lucas Silva Mariano, de 21 anos, que morreu quando estava limpando um triturador de ração.

O diretor da Escola de Agronomia, Marcos Cunha, informou que a prioridade é descobrir a causa do incêndio e evitar que ocorra novamente. “Estamos apurando os fatos ainda. Tivemos uma reunião e já debatemos algumas propostas. Mas vamos primeiro entender o que aconteceu para, daí, tomar providências para sanar esse problema, e para, a longo prazo, evitar que isso ocorra”.  

Outro lado

Por nota, o Conselho Local de Saúde do Centro de Saúde Campus Samambaia informou que a unidade não funciona 24 horas e que as vítimas do incêndio foram devidamente orientadas a buscar atendimento de urgência e emergência, disponíveis em Cais e UPA. Além disso, a nota informa que o Centro de Saúde oferece serviços de atenção primária à saúde, relacionados ao atendimento clínico geral, ginecologia e enfermagem.

Leia a nota na íntegra:

 

 

 

 

 

Atualizada às 18h19 de sexta-feira (9).

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Thais Dutra: