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Política
| Em 4 meses atrás

Primeiro programa de tv focou em apresentação de candidatos e uso do mesmo mote: cuidar de Goiânia

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O primeiro programa do horário eleitoral gratuito para os candidatos a prefeito de Goiânia teve poucos dados e propostas e um esforço maior em apresentar os prefeitáveis e despertar um sentimento de que os concorrentes querem cuidar da cidade. Os aspectos mais citados foram mobilidade urbana, saúde e a demora na entrega do BRT Norte-Sul.

Pela ordem da primeira exibição, foram dez minutos distribuídos entre Rogério Cruz da coligação Todos por Goiânia; Sandro Mabel da coligação União por Goiânia; Vanderlan Cardoso da coligação Goiânia que Queremos; Adriana Accorsi da coligação Pra Cuidar de Goiânia, e Fred Rodrigues da coligação Goiânia Acima de Tudo. Professor Pantaleão não tem direito ao horário eleitoral gratuito de rádio e tv.

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Rogério Cruz

Rogério iniciou se apresentando. Com apenas 35 segundos de tempo, ele lembrou que passou 16 anos na África e citou rapidamente o parceiro de chapa Maguito Vilela, que morreu de Covid e que era o candidato a prefeito. Disse que fez uma gestão superior a várias outras, mas não pontuou os destaques a que se referia. Finalizou com o mote: cuidar da cidade é cuidar de gente.

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A frase do atual prefeito chama atenção por ser o nome de um projeto que ele lançou há poucos dias como proposta, se for reeleito, e é muito próxima do nome da coligação de Adriana, que a utilizou desde o início da campanha oficial.

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Sandro Mabel

Com maior tempo de tv (3 minutos e 11 segundos), Mabel se apresentou e disse que vê a cidade cheia de problemas e está “morrendo de vontade de tomar conta de Goiânia”. Boa parte do programa foi ancorado em falas do seu principal cabo eleitoral, o governador Ronaldo Caiado. Este, por sua vez, descreveu a cidade como mergulhada em problemas e pediu a oportunidade de “deixar” um prefeito aliado seu no Paço Municipal. Mabel enfatizou no programa que pretende fazer uma gestão tão colada no governador quanto sua propaganda. O vice-governador Daniel Vilela também apareceu no primeiro dia e citou que Mabel presidiu a Federação da Indústria e Comércio.

A principal estratégia foi focada em relatar que ele tem experiência como gestão, mesmo que empresarial. Mabel citou que “falta limpeza, creche, posto de saúde, organização no trânsito”, como reflexos de “falta de gestão. Da falta de tomar conta da cidade com carinho. Quem ama cuida e eu amo profundamente essa cidade”, disse, também focado nos cuidados com a capital. Ao apontar as falhas em saúde, transporte público e educação, ele sinalizou que deve atuar nesses eixos caso eleito, mas ainda não citou propostas claramente.

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Matheus Ribeiro

Matheus Ribeiro, terceiro a aparecer no primeiro dia do horário gratuito, e com o menor tempo (29 segundos), precisou condensar a mensagem em abrir espaço para convidar o eleitor a conhecê-lo por outros meios de comunicação, oferecendo um QR code.

Vanderlan Cardoso

Vanderlan Cardodoso usou seu 1 minuto e 44 segundos para uma primeira mensagem citando pioneiros da política e da comunicação da cidade. Listou Pedro Ludovico Teixeira, Venerando de Freitas Borges, Jaime Câmara, Iris Rezende e Nion Albernaz. Vanderlan apontou falta de mobilidade, disse que “o transporte coletivo é desumano, que a saúde está sucateada e que [a construção do] BRT arrasou com o comércio”.

Foi praticamente o único a citar propostas já no primeiro dia.  Vanderlan falou em humanizar o Centro e revitalizar a região de Campinas. E prometeu por mais de uma vez “fazer em quatro anos de mandato o que não foi feito em 12 anos de administrações deles”. O candidato não nominou, mas os últimos doze anos reúnem gestões de Iris Rezende (MDB), Paulo Garcia (PT) e depois Iris novamente. Por fim, falou também em “acelerar Goiânia”.

Adriana Accorsi

Com 2 minutos e 05 segundos, a campanha de Adriana Accorsi começou usando uma estratégia humanizada, apoiada em depoimentos de trabalhadores e com pessoas cantando o jingle da coligação, que repete o nome da união dos partidos dizendo “Pra cuidar de Goiânia”. Outra estratégia foi apontar atributos que seriam da deputada federal e delegada: “competência, sinceridade e saber trabalhar” como aquilo de que a cidade necessita.

Adriana também aproveitou o primeiro programa para se apresentar e citar os pais professores – a mãe, Lucide Accorsi, e o falecido ex-prefeito Darci Accorsi. A propaganda vinculou a história pessoal da candidata com a cidade usando locações dela no bairro onde nasceu e estudou na infância. Aproveitou para reforçar um atributo pelo qual é muito citada, a carreira na Polícia Civil, onde foi delegada de Proteção à Criança e a primeira mulher Diretora-Geral da corporação.

A candidata falou de sua trajetória política, inspirada no pai, como deputada estadual em dois mandatos e atualmente deputada federal. Por enquanto, Adriana não citou o principal expoente do PT, o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o que já era esperado, tendo em vista a popularidade dele em Goiás não ser majoritariamente positiva. Além do histórico profissional, citou o marido e as filhas. Depois repetiu o mote inicial da campanha dizendo que decidiu disputar a prefeitura de Goiânia novamente para cuidar da cidade, “cuidar da nossa gente”.

Fred Rodrigues

A campanha de Fred Rodrigues não surpreendeu. Foi focada no embate que circunda o bolsonarismo nacionalmente, utilizando a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro para questionar a esquerda. Em boa parte do seu tempo de 1 minuto e 36 segundos, o ex-deputado cassado questionou a demora na obra do BRT, cenário onde gravou praticamente todo o primeiro programa.

Depois falou rapidamente sobre sua história pessoal como filho de imigrantes, casado, pai e cristão de direita. Fred não citou propostas de governo. Se limitou no primeiro programa a dizer que foi escolhido por Bolsonaro para combater a esquerda e solucionar os problemas históricos da cidade, sem apontar quais. Finalizou buscando associar a demora na entrega do BRT às gestões federais do PT, sem explicar que os atrasos envolveram contratações de gestões municipais.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.