Não está fácil a vida daqueles que vivem em terras goianas. É que o tempo seco e quente vai continuar, pelo menos pelos próximos 30 dias. Os prognósticos da Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) constam chuvas a partir da segunda quinzena de outubro, com acentuação mais regular em novembro. A consulta feita pelo Diário de Goiás no banco de dados do órgão foi feita nesta segunda-feira (13/09). (Veja os gráficos com as previões ao final do texto).
Os modelos do Cimehgo apontam possibilidades remotas de chuvas isoladas por volta do dia 18 de setembro. A ocorrência, além de improvável, se daria apenas no extremo sudoeste. “E pancada isolada também não no contexto de estiagem que estamos vivendo”, pontua André Amorim, gerente do órgão que faz o monitoramento do tempo em Goiás. Chuva regular mesmo, apenas em outubro.
O tempo em Goiás começa nesta segunda-feira (13/09) com calor em diversas regiões, além da umidade baixa, o que torna o cenário ainda mais caótico. No interior, de acordo com o Cimehgo, a temperatura pode chegar a 41ºC em Aragarças, “e a umidade relativa do ar estará em declínio no período da tarde com índice de Alerta”. Na região Leste do estado, a umidade relativa do ar poderá ter o menor nível, chegando a 12%, número que provoca atenção pois acarreta problemas de saúde, principalmente, às crianças e a idosos.
Veja o gráfico abaixo com o indicativo de chuva para outubro:
Repare que o tom de azul é baixo, o que indica chuvas em todo o estado entre 50mm e 150mm. “Estaremos num cenário com pancadas mais regulares, porém, poderá chover muito em um dia e um espaçamento maior até ter outras chuvas em determinada região. A situação irá dar uma amenizada, mas ainda teremos de ficar atentos a economia de água”, pontua Amorim.
Em novembro, as chuvas começam a ficar mais regulares e constantes, porém, a tendência é que ela vá subindo. No extremo sul do estado já não haveria mais pancadas regulares como o gráfico acima mostra.
Economia para evitar o ‘fantasma do racionamento’
O cenário exige ainda mais colaboração da população, uma vez que o Meia Ponte, principal manancial de abastecimento da capital, está no último nível antes do racionamento, com vazão abaixo de 3 mil litros por segundo.
Por isso, André Amorim ressalta que os goianienses precisam reduzir o consumo, hoje considerado elevado. “Para não termos o fantasma de um racionamento, temos que reduzir”.
Apesar disso, André diz que a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de Goiás (Semad) trabalha com ações preventivas para que, por ora, nenhuma medida extrema seja adotada. “Por enquanto, a questão do racionamento ainda nós temos algumas estratégias, contando que com a redução de 50% será possível permanecer em um nível de vazão no Rio Meia Ponte para ter a manutenção até que as chuvas venham e que possa recuperar a vazão do Rio. Estamos caminhando mas não tem a questão de começar o racionamento imediatamente”, destaca.
O avanço para o nível crítico 3 já havia sido previsto ao Diário de Goiás pelo presidente do Conselho da Bacia do Rio Meia Ponte, Fábio Camargo. “A chance de racionamento é muito grande porque nós entramos e já baixamos 1000 litros por segundo dentro de dez dias, se abaixarmos mais 1000 litros, iremos racionar. O futuro é crítico. Esperamos que todos juntos consigamos economizar um pouco de água para não entrar no racionamento que pode acontecer nos próximos dias”, alertou.
Órgãos públicos trabalham com redução de energia
Na última quinta-feira (09/09), no Diário Oficial do Estado, o Decreto nº 9.940 que tem como objetivo diminuir em 30% o consumo de energia elétrica na administração pública estadual. A medida foi aplicada pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) para evitar a acentuação da crise hídrica que o Brasil vive.
Os órgãos deverão buscar reduzir o consumo de energia nos meses de setembro de 2021 até abril de 2022 em, no mínimo, 30% em relação à média de consumo dos mesmos meses no ano de 2019. A medida não vale para as unidades e os prédios da Secretaria de Saúde, exceto os que funcionam exclusivamente em caráter administrativo.
As entidades estaduais também deverão elaborar um comparativo de consumo de energia entre os meses determinados para validar a efetividade das medidas de redução de consumo. Também é recomendado que produtos e serviços adquiridos ou locados pela administração estadual tenham o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). As medidas entram em vigor com a publicação do decreto e visam manter a segurança e continuidade do fornecimento de energia elétrica no Estado.