O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, evitou nesta segunda-feira (11) estabelecer uma data para que a proposta de reforma da Previdência seja votada, limitando-se a dizer que o debate no Congresso começa na quinta-feira (14) e que a apreciação se dará quando ele estiver “maduro”.
“Não vou tirar aqui de ‘mãe Dinah’, saber o dia da votação. Não se sabe. Política se trabalha com fatos e o fato é que na quinta-feira o debate vai ser iniciado e a expectativa é que haja muito pouca dúvida dos dois lados”, disse ele em evento promovido pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
Moreira Franco evitou também dizer se a proposta pode ser votada no ano que vem. “Política se trabalha com fatos [e não projeções]. O fato é o seguinte: começamos a discussão na quinta e o objetivo é que se vote o mais rápido possível”, disse ele.
Segundo o ministro, o governo trabalha com números. As objeções em relação à reforma, afirmou, têm base em “informações equivocadas”, já que a proposta não afetaria trabalhadores do campo, idosos e pessoas com deficiência, além daqueles que têm direito adquirido.
Ao falar sobre a possibilidade de partidos fecharem questão sobre a reforma da Previdência e estabelecerem punição para os dissidentes, Moreira Franco disse que a definição da punição antes da votação é ameaça.
“Se for fechar a questão e já definir a punição se está ameaçando”, diz ele. PMDB, PTB e PPS fecharam questão sobre a reforma, mas outros partidos, como o PSDB, oscilam a respeito.
Ele disse que todo voto é importante, ao elogiar as declarações feitas pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de apoio à reforma no fim de semana. Em convenção do PSDB, o tucano tornou-se também presidente do partido.
“Alckmin terá o grande desafio que é dar nitidez e rumo ao PSDB”, disse.
Moreira Franco afirmou ainda ver com naturalidade os pedidos feitos por parlamentares, que se acumulam em especial antes de votações importantes.
Para ele, não há nenhuma imoralidade em um deputado colocar a necessidade de ter recursos para a sua base em Estados ou municípios.
O ministro fez ainda críticas duras ao funcionalismo público, ao afirmar que há uma “pequena casta” que se apropriou do Estado com direito de se aposentar mais cedo e a valores de aposentadoria em níveis muito acima da maioria da população.
Prestes a assumir o cargo de ministro da Secretaria de Governo, responsável pela articulação política entre Planalto e Congresso, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse que ainda busca entre 40 e 50 votos para poder levar a reforma da Previdência à votação com alguma segurança.
“Eu assumo na quinta-feira (14) com o objetivo de contribuir para que votemos na semana que vem. Sem dúvida alguma, se não conseguirmos [votar na semana que vem], vou sentir que perdemos uma batalha, mas não perdemos a guerra”, afirmou Marun, comentando a possibilidade de a votação ficar somente para 2018.
Segundo ele, a estratégia do governo de antecipar a discussão da Previdência em plenário para esta quinta-feira é fazer seus líderes falarem a favor das alterações.
“Temos falado pouco. Agora não. Nesta discussão de quinta-feira, temos argumentos e vamos colocá-los”, afirmou o deputado. (Folhapress)