Maria Silva (nome fictício) 18 anos. Jovem, bonita. Maria estava desempregada e buscava emprego. A moça procurava porta por diferentes pontos de Goiânia. Um dos caminhos tomados por ela foi o terminal da Praça A, onde aguardaria um ônibus para continuar viagem. Ao lado dela, várias pessoas, entre elas J. C. L., 30 anos de idade. Ofereceu um emprego a moça. Ela acreditou. Na verdade ele a enganou e a jovem foi estuprada por este homem.
Entenda a história
Quinta-feira, 16 de abril de 2015. Período da manhã. Local: Terminal da Praça A, setor Campinas, Goiânia-GO. Maria desejava um emprego. Andava pra cima e pra baixo com uma pasta transparente, repleta de currículos, a procura de uma oportunidade de trabalho.
Em um dos boxes de espera na Praça A estava J.. Ele olhou para a pasta transparente de Maria e viu que havia currículos. De sua mente enganadora, J. colocou uma das mãos no bolso e tirou o telefone celular. Simulou que estava conversando com alguém e dizia em alto e bom som que estava à procura de pessoas que pudessem trabalhar como vendedoras.
Maria estava ao lado dele, ouviu a suposta conversa. Ela a procura de emprego, viu ali que poderia ser uma oportunidade de trabalho, quando na verdade era uma armadilha. Maria caiu na cilada. Ela disse a José que teria interesse no emprego. O homem se fez de difícil, mas ao mesmo tempo deu uma esperança a moça. A jovem passou o número do telefone dela para José.
Ele ligaria mais tarde a ela para entrevistá-la. Assim ocorreu. No final da tarde do mesmo dia, ele a encontrou no Terminal da Praça da Bíblia. Logo que viu a moça, disse a ela que estava armado e ordenou que entrasse em um dos ônibus e desceu com ela no Setor sul.
Viela escura, mato alto numa das praças do antigo Projeto Cura, pouca circulação de pessoas. O cenário ideal para prática de um estupro. J. estrangulou Maria até que ela perdesse os sentidos. O homem tirou as roupas dela e a violentou sexualmente. Foi embora e largou a moça no chão.
Ao abrir os olhos, Maria teve a consciência da gravidade do fato, do que J. fez com ela. Maria se desesperou, gritou, pediu ajuda em uma das casas próximas.
Os moradores abriram a porta do lar para acolher Maria. Desprotegida, desesperada, angustiada, a moça correu para um dos quartos e se escondeu debaixo de uma das camas, de tamanho medo da situação. O agressor já estava longe, achava que ninguém o descobriria.
Investigação
Foi a partir daí que o fato foi comunicado a Delegacia da Mulher de Goiânia. Policiais foram até a casa dos moradores que acolheram a jovem. As roupas de Maria ainda estavam no local em que foi violentada.
Maria passou a descrição do “monstro” que horas antes a estuprou. De acordo com a titular da de Delegacia da Mulher, Ana Elisa Gomes Martins, o crime teve características particulares, diferente de outras tristes situações em que mulheres são violentadas sexualmente.
“Foi um trabalho árduo feito pelas equipes da Delegacia da Mulher, o autor praticou o crime não oferecendo chances de que fosse identificado através de testemunhas. Nós tivemos que fazer levantamento pelos locais por onde ele passou com a vítima, tanto no terminal da Praça A, quando ele encontrou com a vítima, até o Terminal da Praça da Bíblia onde ele realmente fez a vítima refém e no local onde foi violentada. Fizemos o retrato falado, fizemos outros levantamentos conseguimos chegar a ele como suspeito e aí sim com reconhecimento de foto, pedimos o pedido de prisão temporária, a juíza sim decretou a prisão, ele foi preso ontem (terça-feira, 11) e a partir da prisão dele, foi submetido a reconhecimento pessoal e a vítima não teve dúvidas em apontar o J. C. como o autor do grave crime de estupro que ela foi vítima no dia 16 de abril” ,explica a delegada.
Assim como em outros casos, o acusado negou o crime. Segundo a delegada, ele admitiu que chegou a conhecer a vítima, que eles se encontraram para falar de emprego, mas que ao chegar ao Setor Sul se separaram.
Maria, não é Maria. É uma jovem que teve sua identidade preservada. Ela continua a receber do Estado a assistência necessária para retomar a vida. Do outro lado, J. está na cadeia e responde por crime estupro.