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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

Presídio de Manaus permitiu visitas mesmo com risco de fuga, diz ministro

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O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse nesta quarta-feira (4) que o governo do Amazonas havia recebido informações sobre o plano de fuga no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus. Ainda assim, a administração penitenciária permitiu que os detentos recebessem visitas de fim de ano e fizeram festa de Réveillon.

Segundo o ministro, mais de 200 presos fugiram na rebelião do Compaj, entre os dia 1º e 2. Outros 56 detentos foram assassinados por presos de facções rivais –a maior matança desde o massacre do Carandiru, em 1992. O ataque foi organizado por integrantes da FDN (Família do Norte), ligada ao CV (Comando Vermelho), contra presos do PCC (Primeiro Comando da Capital).

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Alexandre de Moraes esteve em Manaus para acompanhar o caso e disse ter ouvido de autoridades locais que havia informações prévias sobre um plano de fuga sendo preparado para as festas de fim de ano.

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Massacre em Manaus Prisão onde morreram 56 está ‘sob controle’ Descaso e demora marcam liberação de corpos Vídeos feitos por detentos mostram barbárie Líderes são transferidos a presídios federais Veja maiores rebeliões em presídios do Brasil Caos nas prisões é regra em todo o país “Há relatos de que a secretaria de Segurança tinha informações de que poderia ocorrer uma fuga entre o Natal e o Ano Novo. Exatamente por isso, segundo as autoridades locais, foi reforçada a segurança local e eles passaram a monitorar o dia a dia”, disse Moraes a jornalistas após uma reunião com a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília.

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“Há relatos do setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas de que poderia haver essa fuga, que efetivamente acabou ocorrendo”, afirmou.

Mesmo com as suspeitas, a penitenciária foi aberta para que os presos recebessem visitas pela comemoração de fim de ano. As autoridades ainda não sabem como celulares, facões e armas de fogo entraram no presídio.

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Segundo Moraes, o governo federal não tinha qualquer informação sobre uma eventual fuga no presídio.

“O governo federal em momento algum foi informado [sobre uma eventual fuga]. Nem foi solicitado auxilio, seja da Força Nacional, seja de qualquer outro mecanismo que o governo federal poderia ter auxiliado”. Ainda assim, o ministro minimizou a falta de notificação do governo do Amazonas sobre sua condição carcerária. “Não está caracterizada nenhuma omissão até o momento. As razões [da rebelião] vão ser investigadas pela polícia civil”, afirmou.

Segundo o ministro, as investigações sobre o massacre em Manaus deverão também apurar se as mortes causadas no presídio serviram para facilitar a fuga de líderes presos.

O ministro diz que o governo federal monitora outros presídios no país para identificar qualquer indicativo de plano de vingança do PCC.

O ministro disse ainda que o Plano Nacional de Segurança vai ser lançado até o fim de janeiro. Entre as metas do projeto estão a racionalização e modernização do sistema penitenciário e o combate ao crime organizado transnacional, com foco em tráfico de drogas e de armas.

No STF

Alexandre de Moraes se reuniu por cerca de uma hora com a presidente do STF, Cármen Lúcia, no gabinete da ministra.

Ele disse que conversaram sobre algumas questões que envolvem a rebelião na penitenciária. Cármen Lúcia viaja para Manaus nesta quinta (5), onde vai se reunir às 10h com os presidentes dos Tribunais de Justiça de Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Pará. Também foram convidados os presidentes dos tribunais de Maranhão e Rio Grande do Norte.

“[Cármen Lúcia] tem grande experiência na questão, participou da pastoral carcerária, vem estudando o caso – talvez a maior prioridade no comando do CNJ [Conselho Nacional de Justiça]. Ela vai amanhã para reunião e, a partir desses subsídios que compartilhei com ela, talvez possa ter visão melhor na reunião”, afirmou Moraes.

Folhapress

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