O Governo dos Estados Unidos da América (EUA) pretende organizar uma visita do conselho de segurança nacional para garantir a seguridade da transição de governo no Brasil, caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja derrotado nas urnas, neste domingo (30). De acordo com a Folha de S.Paulo, Joe Biden chegou a programar uma viagem do conselheiro de segurança, mas a agenda foi remarcada.
Segundo informações da Folha, a visita deve ser reagendada, caso o candidato Lula (PT) vença as eleições. O objetivo é assegurar que a transição de governo seja feita dentro da normalidade. A Casa Branca teme que Bolsonaro se comporte de forma semelhante ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que não aceitou a vitória de Joe Biden, em 2020 e incentivou apoiadores a invadir o Congresso para impedir a certificação do pleito.
Os temores se intensificaram nesta semana, depois que a campanha do presidente apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) denúncias de favorecimento da campanha de Lula nas inserções de rádio no Nordeste. A argumentação foi questionada e os dados foram considerados frágeis pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes. O caso foi encaminhado para investigação por milícias digitais, por parte da campanha de Bolsonaro, acusada de tentativa de tumultuar o segundo turno das eleições.
O Governo americano entendeu as condutas de Bolsonaro como uma tentativa de reduzir a confiança da população sobre a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, de modo a questionar o possível resultado desfavorável no pleito. De acordo com a Folha, o porta-voz do departamento de Estado americano, Ned Price, afirmou que confia na votação final conduzida pelas autoridades brasileiras com “o mesmo profissionalismo e o mesmo espírito pacífico e de dever cívico” aplicados na rodada do primeiro turno.