O PRESIDENTE DO PMDB, SAMUEL BELCHIOR , NÃO ACREDITA QUE O GOVERNADOR MARCONI PERILLO NÃO SEJA CANDIDATO EM 2014. PARA ELE O DISCURSO DO GOVERNADOR É SOMENTE PARA AMENIZAR A PRESSÃO DA IMPRENSA. SOBRE O PMDB O PRESIDENTE DO PARTIDO AFIRMA QUE ÍRIS REZENDE É UM NOME FORTE DO PARTIDO, MAS O PARTIDO SÓ VAI DEFINIR NOME PARA DISPUTA NO PRÓXIMO ANO. EM REPORTAGEM DO JORNAL TRIBUNA DO PLANALTO, ELE DESTACA QUE EXISTE UM DISTANCIAMENTO ENTRE A TERCEIRA VIA E OS PARTIDOS DA OPOSIÇÃO.
O PMDB está planejando seus passos para ano que vem. O partido já tem engatilhado dez encontros regionais que serão realizados no segundo semestre. Em relação ao candidato que disputará o governo, no entanto, este deverá ser de¬ci¬dido apenas em meados de 2014. Segundo o presidente re¬gional da sigla, Samuel Bel¬chior, o partido está, neste mo¬mento, focado principalmente em definir chapas e alianças.
Belchior defende que um nome definitivo surgirá naturalmente, estudando e refletindo a vontade do povo, não do partido. Os mais cotados são o ex-prefeito Iris Re¬zen¬de, já tradicional no partido e no cenário goiano, e o em¬presário Jú¬nior Friboi, novato na política.
A opinião do presidente diverge com a de outros peemedebistas. Na semana passada, o deputado federal San¬dro Mabel, ao jornal O Po¬pular, disse que o PMDB deveria escolher o seu candidato o mais rápido possível. “O ideal seria fazer a convenção agora, o mais rápido possível, e decidir”, defendeu.
Em meio à definição, ou não, do nome peemedebista ao governo, o partido realizou um encontro no último sábado, 27, em Catalão. A reunião foi a primeira de uma série de aproximadamente dez, que acontecerão no segundo semestre deste ano, em um intervalo de aproximadamente 15 dias de um para outro. Além disso, a agenda do PMDB estará repleta de visitas ao interior. “Já visitamos mais de 200 municípios e queremos intensificar isso ainda mais daqui para o ano que vem”, diz.
Iris e Friboi
Caso Iris Rezende queira ser candidato, ele terá uma lar¬ga preferência dentro do partido, de acordo com Sa¬muel Belchior, devido a sua his¬tória, no Estado e no PMDB. “Ele é uma pessoa que carrega muito prestígio”, afirma. O presidente confirma que o ex-prefeito ainda deve comparecer a todos os encontros da sigla até o fim do ano.
Já Friboi, que se filiou ao partido apenas há alguns me¬ses, terá que trabalhar para via¬bilizar seu nome. O presidente disse que ele tem espaço no diretório, além de plenas condições de disputar as eleições, mas apenas o tempo e o partido dirão se ele será um nome viável para o ano que vem.
O contato com os eleitores também será feito a partir de um novo sistema de comunicação que o partido está montando. “Vamos utilizar muito as redes sociais, principalmente, além de repaginar o site e alimentá-lo”, conta. O PMDB pretende abrir um canal de interlocução eficaz com os eleitores, não só da capital, mas também do interior.
De acordo com Samuel, em cidades mais afastadas, a imprensa tradicional, como telejornais, por exemplo, é ausente devido a dificuldades técnicas, ao contrário da internet. Assim, o mundo virtual é um meio propício para apurar e trocar informações. Dentre as novidades, haverá também um programa de televisão interno, via satélite, com o qual Samuel promoverá videoconferências e falará para os diretórios de todo o Estado.
Pela primeira vez, o partido investe pesado na área da co¬municação social e terá agora uma equipe completa, que ficará apenas por conta disso. “Temos um call center especializado apenas em colher dados dos municípios e um time jornalístico, que usará essas informações para pautar a imprensa”, diz. O primeiro assunto que esse novo grupo deverá le¬vantar, segundo Samuel, é o da segurança pública.
Marconi
A possível desistência de Marconi Perillo em concorrer à reeleição no ano que vem poderia significar que Iris Rezende seria, então, o favorito dentro do PMDB para concorrer ao governo no ano que vem. Samuel, no entanto, rebateu a ideia de que o atual governador não participará das eleições. Para ele, o comunicado oficial do tucano é apenas uma estratégia para que a imprensa não o pressione tanto quanto vem fazendo. “Assim ele pode correr atrás de algumas obras e trabalhar um pouco mais sossegado, visando estar com uma boa imagem no ano que vem e se preparar para as eleições”, conta.
Ele ainda afirma que, dentro da base aliada do governo, não há mais ninguém viável para concorrer ao cargo. “Qualquer outro nome que não seja Marconi pode desestruturar a chapa”, analisa. De acordo com Belchior, um outro nome que não seja Marconi poderá afastar partidos da base aliada e dificultar a união do grupo governista. “Perillo criou muitos feudos no seu mandato e, para mantê-los, a única solução é que ele seja candidato em 2014”, aponta.
Terceira Via
O PMDB tem conversado muito pouco com a chamada ‘terceira via’, formada em Goiás por nomes como Ronaldo Caiado (DEM) e Vanderlan Cardoso (PSB). Samuel Belchior, porém, deixou claro o desejo de que eles se juntem à oposição. “Há algum tempo eu tentei fazer com que fizéssemos reuniões em conjunto, para que esse ambiente de ‘terceira via’ não fosse criado. No entanto, eles preferiram não se juntar a nós”, explica.
Para ele, estes partidos são apenas um grupo de siglas que fazem oposição ao governo de Marconi Perillo e não constituem, de fato, uma ‘terceira via’ propriamente dita. Samuel defende que eles deveriam estar juntos, lutando do mesmo lado, pois têm um interesse em comum. Entretanto, uma das duas partes deve ceder para que isso ocorra.
O presidente, todavia, não perde as esperanças quanto a uma possível aliança no futuro. “A política é um jogo de xadrez muito dinâmico. E as peças desse tabuleiro podem ser alteradas”, conclui.