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Política
| Em 3 anos atrás

Presidente do PCdoB em Goiás vê “candidatura de peso” em eventual pleito de José Eliton

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Com reuniões avançadas para a consolidação de uma frente ampla em Goiás, a federação composta pelo PT, PCdoB e PV em conjunto com o PSB – que não colou no arranjo político – começa a articular os rumos estratégicos para as eleições em 2022. O PCdoB, sob a égide da presidente estadual Isaura Lemos chegou a indicar na última segunda-feira (25/05) o nome da ex-deputada estadual Denise Carvalho ao Senado Federal. “É o nome que estamos indicando para o Senado. Um nome do campo da esquerda e conhece o estado como ninguém. Já foi parlamentar e fez o plano estadual de educação. Tem uma bagagem muito grande”, pontuou Lemos em entrevista ao Diário de Goiás. 

Nesse barco mais do que nunca é necessário extensão e para que a “frente ampla” não morra como tem sido visto com a chamada “terceira via” no âmbito nacional, é necessário fazer consensos e harmonizar o diálogo. “Estamos fazendo reuniões há algum tempo. E aqui em Goiás nós temos tido uma relação muito harmônica com objetivos muito concretos, a apresentar uma alternativa”, destaca. 

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Afinal de contas, de acordo com Isaura, as ameaças são progressivas. ‘’Nós vivemos em constante ameaça. Sempre em estado de atenção, de desrespeito ao Estado Democrático de direto’’, afirma. Nesse sentido, o nome do ex-tucano e recém filiado ao PSB, José Eliton aparece como uma opção a ser avaliada.  

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“Vimos com muita alegria a vinda do José Eliton como candidato do PSB apresentada a federação […] Então o PSB apresenta o José Eliton e a gente vê isso como uma forma de ampliar o palanque político e ficamos cada um dos partidos de fazer esses debates internos para que seja uma decisão também unificada, uma decisão com força de atuação no cenário político”, pontua. O nome do ex-tucano inclusive foi apresentado na última reunião da Executiva do partido, com boa recepção. “A recepção foi muito boa, nós fizemos uma plenária anteontem com a grande participação de partidos da região metropolitana e do interior. Foi visto com muita satisfação o fato de termos uma candidatura de peso para contrapor a essas candidaturas colocadas”, destacou. 

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“O foco é derrotar Bolsonaro”, sobre diferenças em relação ao passado

Lemos minimiza o passado tucano do ex-governador e diz que o momento agora é de união de forças frente ao levante bolsonarista em curso. “Nós vemos que é uma candidatura que veio em cima de um programa. De uma proposta política, então se estes companheiros do PSB estão apoiando esta proposta política e compartilhando, isso para nós é mais importante devido ao momento grave político que estamos passando”, pontua. “Então isso se torna mais importante, isso é o foco. É derrotar Bolsonaro e estabelecer um governo democrático progressista”, crava.

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Questionada sobre o pré-candidato do PT, Wolmir Amado, Lemos destaca que trata-se de um excelente quadro com uma trajetória a ser respeitada. “Achamos também que é um excelente nome, mas o nome do José Eliton amplia mais com certeza”, pondera. E antes de bater o martelo, haverá novas fases em busca de um consenso de todo o grupo. “E nós temos que passar por toda uma formalidade porque não é uma decisão de cúpula e sim uma decisão do coletivo partidário, então nós vamos passar pelo comitê estadual para qualquer decisão tomada. Em breve teremos uma formalização mais concreta”, destaca. 

Leia a entrevista na íntegra com a presidente estadual do PCdoB em Goiás, Isaura Lemos:

Domingos Ketelbey: Como o PCdoB vê a candidatura do ex-governador José Eliton? 

Isaura Lemos: Estamos fazendo reuniões há algum tempo. E aqui em Goiás nós temos tido uma relação muito harmônica com objetivos muito concretos, a apresentar uma alternativa. E dentro disso vimos com muita alegria a vinda do José Eliton como candidato do PSB apresentada a federação, que hoje é constituída por três partidos: PV, PT e PCdoB, e o PSB que também está nesse apoio ao ex-presidente Lula à reeleição. Então o PSB apresenta o José Eliton e a gente vê isso como uma forma de ampliar o palanque político e ficamos cada um dos partidos de fazer esses debates internos para que seja uma decisão também unificada, uma decisão com força de atuação no cenário político.  

Domingos Ketelbey: O nome do ex-governador José Eliton já foi levado para a executiva do PCdoB? Qual foi a reação do partido? 

Isaura Lemos: Sim, já foi apresentado. A recepção foi muito boa, nós fizemos uma plenária anteontem com a grande participação de partidos da região metropolitana e do interior. Foi visto com muita satisfação o fato de termos uma candidatura de peso para contrapor a essas candidaturas colocadas, que são candidaturas ligadas ao governo federal, algumas com apoio explícito, outras com um apoio mais sutil. Mas nós precisávamos de um nome forte para isso. 

DK: E a pré-candidatura do Wolmir Amado pelo PT? Como ficaria?

IL: Nós respeitamos muito o Wolmir Amado e sua trajetória. Achamos também que é um excelente nome, mas o nome do José Eliton amplia mais com certeza. E nós temos que passar por toda uma formalidade porque não é uma decisão de cúpula e sim uma decisão do coletivo partidário, então nós vamos passar pelo comitê estadual para qualquer decisão tomada. Em breve teremos uma formalização mais concreta. 

DK: Como a senhora avalia o perfil tucano que o ex-governador pelo PSDB, José Eliton já teve? 

IL: O que está em jogo, é a questão de um programa a nível nacional. O Alckmin está na chapa do Lula através do PSB. Daqui do estado, o José Eliton também. Nós vemos que há um acolhimento da carta programa que estes três partidos do campo esquerda estão acreditando. Qual seja uma carta que defende claramente a luta pelo resgate dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, a questão da democracia, da soberania nacional, da retomada do desenvolvimento, da reconstrução do estado nacional. Então essa carta coloca também a questão da revisão fiscal, avaliando essa questão dos gastos até onde ela pode ser feita porque não pode engessar o Estado.  

DK: O ex-governador José Eliton teria esse perfil? 

IL: Nós vemos que é uma candidatura que veio em cima de um programa. De uma proposta política, então se estes companheiros do PSB estão apoiando esta proposta política e compartilhando, isso para nós é mais importante devido ao momento grave político que estamos passando. Então isso se torna mais importante, isso é o foco. É derrotar Bolsonaro e estabelecer um governo democrático progressista.

DK: Como está a formação de chapa do PCdoB, agora com a federação formalizada, a configuração muda um pouco, certo? 
IL: Nós estamos nos adaptando a essa nova realidade, com nossas forças em áreas importantes. Nós vamos ter candidatos para a área da saúde, então tem mandatos coletivos de companheiros e camaradas que são dessa área, que vão resumir um nome em atuar em toda área da saúde, outros na área da educação, outro a luta pela moradia, da luta pelo fortalecimento da agricultura familiar e reforma agrária, juventude, a questão das mulheres, da diversidade. Então, cada candidatura vai condensar um segmento. Na segurança pública nós temos uma candidata mais ligada a essa luta. Então nós não temos grandes problemas, mas também estamos conversando com o PT e com o PV a possibilidade de ampliar alguns números de candidaturas de interesse da própria federação.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.