A informação da detenção foi veiculada em redes sociais pela mulher do congressista. Fabiana Rosales conta que o casal foi interceptado na estrada que leva Caracas a La Guaíra, por agentes do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional).
Líder do Parlamento, de maioria opositora, Guaidó se declarou presidente interino do país na sexta-feira (11), um dia após Maduro tomar posse para um segundo mandato contestado dentro e fora da Venezuela.
“Ninguém duvida que Maduro é um usurpador. Por meio dos artigos 233, 333 e 350, convocamos o povo a nos respaldar, numa manifestação no próximo dia 23 de janeiro”, afirmou o deputado ao anunciar sua decisão.
A declaração de Guaidó recebeu apoio de organismos internacionais, governos estrangeiros como Brasil e EUA e de parte da oposição venezuelana. Maduro desdenhou o opositor: “Quem é? Quem o elegeu?”.
Desde então, o líder opositor fazia reuniões pelo país para angariar apoio. Ele estava a caminho do estado de Vargas, vizinho a Caracas, para um comício neste domingo quando foi detido pelas forças do regime.
Apesar da declaração de Guaidó, o Parlamento não tem força política para se impor a Maduro. Desde 2017, o Legislativo teve seus poderes esvaziados pelo regime e repassados para a Assembleia Nacional Constituinte, controlada pelo governo.
Um vídeo postado em rede social pelo líder opositor Henrique Capriles, candidato à Presidência em 2013, mostra o momento em que os agentes interceptam Guaidó em uma rodovia na região de Caracas.
A líder opositora María Corina Machado também denunciou a prisão de Guaidó em rede social. “O sequestro de Juan Guaidó, Presidente da Assembleia Nacional e Presidente legítimo da Venezuela, é responsabilidade direta de Nicolás Maduro. O colapso se acelera”, escreveu ela.
Guaidó, 35, é do partido Vontade Popular, o mesmo de Leopoldo López, preso em 2014 após uma onda de protestos contra Maduro. Desde 2017, ele se encontra em prisão domiciliar. (SYLVIA COLOMBO, BUENOS AIRES, ARGENTINA – FOLHAPRESS)