Maurício Galiotte explicou que foi Cuca e seu empresário que procuraram o Palmeiras para avisar que não haveria mais clima para seguir o trabalho na Academia de Futebol. O dirigente admitiu que o desgaste era grande e disse que agiu porque se viu “obrigado”.
Durante toda a entrevista, ele não quis confirmar se o clube procurará Mano Menezes e repetiu mais de cinco vezes que Alberto Valentim é o técnico do time. O dirigente ainda explicou que Cuca volta a enfrentar problemas particulares e ressaltou a importância dele para a história do clube. A rescisão foi feita sem multa rescisória.
“Eu queria agradecer o Cuca pela conquista do Brasileiro. Ele tem o nome marcado na nossa história. Quero sempre ressaltar a importância dele para a gente.
Neste ano, nós não tivemos o mesmo desempenho do ano passado. Não tínhamos a evolução que esperávamos. Depois do jogo do Bahia, o representante do Cuca nos procurou dizendo que o Cuca estava desgastado, próximo do limite e conversamos um pouco sobre isso. No nosso entendimento, a situação era muito parecida, então, em comum acordo, decidimos pelo encerramento do ciclo”, explicou.
“Sobre o substituto, nosso treinador é Alberto Valentim. Até que a gente tenha novidades, ele é nosso treinador. Ele é um bom profissional, ainda está em evolução e é nosso técnico”, despistou.
O presidente alviverde admitiu que a pressão colocada no clube por causa dos mais de R$ 100 milhões investidos em contratações potencializou a crise instaurada no clube por não conseguir títulos nesta temporada. Ele afirmou que uma vaga na Libertadores, agora, é obrigação.
“É obrigação e temos que busca-la. Nós sabemos que também tem outras equipes que buscam e tem condições. Obrigações nós temos de título, o título, hoje, é muito difícil. Matematicamente tem a possibilidade, mas é muito difícil. Por isso, sou realista ao dizer que o objetivo é a Libertadores.”
Assim como fez na coletiva em que explicou os motivos da demissão de Eduardo Baptista, Galiotte disse que não via o Palmeiras evoluir. A resposta foi idêntica a que ele usou na troca do comando no fim de abril.
“Tem uma outra situação que eu não disse, eu acho que o principal desgaste é o resultado. Quando não tem, a pressão em time grande, com totais condições, é ainda maior. E o Cuca tinha essa pressão, mas, além disso, a falta de evolução também criou desgaste no treinador e tem uma posição que o representante do
Cuca nos passou que é algo familiar importante e que potencializou que a gente tivesse essa conversa”, completou.
Apesar de ter demitido o segundo técnico na temporada, Galiotte se defendeu em relação ao planejamento feito para 2017 e destacou que todos elogiavam a atuação do Palmeiras no mercado da bola em janeiro deste ano.
Ele ainda destacou que o clube está estruturado com a dívida perto de ser quitada, profissionais mantidos independentemente do treinador e com instalações dignas de um clube europeu.
“No início do ano, fizemos contratações e mantivemos a maior parte dos jogadores campeões brasileiros. Naquele momento, a avaliação é que o clube é favorito. E que seria favorito ao título. Então, toda a movimentação, o planejamento que criou a expectativa tão grande é porque naquele momento foi avaliado como um bom planejamento. E naquele momento que estava no caminho. Mas existe o imponderável. Não temos a receita pronta. Temos convicção. Estamos preparando um Palmeiras para os próximos anos. Estrutura de time europeu, equilíbrio financeiro, profissionais, administração moderna, planejamento constante”, ponderou.
“Hoje, estamos aqui fazendo um ajuste pontual. Não era o que desejávamos, mas precisamos fazer. O ano que vem com toda a estrutura também teremos um time competitivo. Não podemos considerar uma no positivo, porque não foi, mas estamos brigando no G4. Isso já passa a dimensão do nosso planejamento. De onde queremos chegar. Um ano que não foi positivo e estamos entre os primeiros colocados. E queremos dessa maneira, sempre em condições de conquista” finalizou. (Folhapress)