A menos de três meses das eleições, o presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), atendeu a um pedido de deputados estaduais e federais de Minas e aceitou a autodissolução do diretório da sigla no estado nesta segunda-feira (16).
A decisão, enviada ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Minas, derruba o presidente do partido no estado, o vice-governador Antônio Andrade. Foi nomeada uma comissão provisória composta por sete deputados para comandar o MDB-MG -o deputado federal Saraiva Felipe é o novo presidente.
Na semana passada, os deputados federais e estaduais do partido em Minas se mobilizaram para que mais da metade dos membros do diretório estadual renunciassem, provocando a autodissolução. Os documentos de renúncia foram entregues a Juca na última quinta (12).
Segundo os parlamentares, Andrade vinha conduzindo o partido de forma isolada e insistindo em sua candidatura ao governo do estado, mesmo sem garantias de que seria competitivo e viável. Para os deputados, é interessante buscar coligações que assegurem mais cadeiras na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa.
A 20 dias da convenção que decidirá os rumos do partido na eleição, os emedebistas estão divididos. O presidente da Assembleia, deputado estadual Adalclever Lopes, também lançou seu nome ao governo do estado. Há quem defenda coligações com o DEM, que tem o deputado federal Rodrigo Pacheco como pré-candidato a governador, ou com o PT, que tenta a reeleição do governador Fernando Pimentel.
Historicamente, o MDB caminha com o PT em Minas Gerais -emedebistas fazem parte da base do governo Pimentel. Andrade, porém, é rompido com os petistas e defendia a candidatura própria. Mesmo Adalclever, então aliado do governador, se afastou após perder espaço na chapa petista para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), pré-candidata ao Senado.
Em nota divulgada na semana passada, Andrade afirmou que os parlamentares agiram interessados em uma nova aliança com o PT e que essa não é a vontade da base do partido em Minas. Segundo ele, a bancada estadual do MDB sempre esteve alinhada com “os interesses do trágico governo Pimentel” e votou contra a população.
O vice-governador defendeu a candidatura própria como a “única forma do MDB contribuir para tirar o estado da pior crise de sua história, construída pelo atual governo com o apoio integral da bancada estadual do MDB”. (Folhapress)
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