Na madrugada deste sábado (19), o presidente do Chile, Sebastián Piñera, decretou estado de emergência às províncias de Santiago e de Chacabuco, assim como as comunas de Ponte Alta e São Bernardo. O Exército tomou o controle das ruas depois de um dia de violentos protestos contra a alta na passagem das tarifas de metrô. As informações são da EBC.
Durante toda a sexta-feira (18), estudantes secundaristas promoveram protestos contra o aumento da passagem do metrô da capital chilena de 800 para 830 pesos. Inicialmente, as ações se concentraram em pular as catracas das estações e em bloquear vias públicas. No entanto, durante a noite, as manifestações se tornaram violentas, com incêndios em 19 estações de metrô, saques em supermercados e lojas e destruição de agências bancárias, em meio a panelaços pela cidade.
A escada externa de emergência do edifício central da companhia elétrica Enel, próximo ao Cerro Santa Lucía, um dos principais pontos turísticos da capital chilena, foi incendiada. O fogo foi controlado pelos bombeiros, mas as chamas chegaram até o 12º andar da escada de emergência e afetou escritórios da companhia no primeiro andar do prédio.
O Corpo de Bombeiros de Santiago confirmou que o incêndio no edifício da companhia elétrica foi intencional. No entanto, ainda não há provas de que o fogo tenha relação com os protestos.
De acordo com os cálculos feitos pela capital chilena, ao todo, 41 estações de metrô foram vandalizadas, incluindo as incendiadas. Foram registrados 156 policiais feridos e, até o momento, existem 11 ocorrências de civis feridos.
No fim da noite, o presidente Sebastián Piñera interrompeu compromissos pessoais e voltou para o palácio presidencial de La Moneda, onde decretou o estado de emergência após se reunir com os ministros da Defesa, lberto Espina, e do Interior Andrés Chadwick. Designado para chefiar do estado de emergência, o general Javier Iturriaga descartou a possibilidade de decretar toque de recolher.
O prefeito da comuna de La Florida, Rodolfo Carter, informou hoje pela manhã que o estado de emergência deve ser suspenso na segunda (21) ou na terça-feira (22). Segundo ele, a capital chilena foi cenário de um campo de batalha ontem à noite.
Nesta tarde, estão sendo registrados protestos e panelaços em Santiago e em diversos pontos do Chile. A população protesta contra o aumento do custo de vida. Até o início da tarde deste sábado, as manifestações transcorrem de forma pacífica, sem incidentes.
Fonte: Agência Brasil