Presidente da Goiás Turismo, Leandro Garcia. (Foto: Eduardo Ferreira)
Foi instaurada na Assembleia Legislativa de Goiás a Comissão Especial de Inquérito (CPI) para analisar supostas irregularidades na gestão da Goiás Turismo. Os líderes das bancadas estão fazendo a indicações de nomes para que a CPI tenha os trabalhos iniciados. O presidente da Goiás Turismo, Leandro Garcia, disse que se sente chateado, pois poderia haver outras formas de solicitar informações, antes mesmo da criação de uma CPI.
“Já me propus ir a Assembleia inclusive. Acho que é um ato constitucional, é um direito. Eu fico até um pouco chateado de não ter esgotado as outras possibilidades de verificar se houve algum mal-entendido antes da instauração. Mas estamos aí para trabalhar com muita tranquilidade”, argumentou o presidente da Goiás Turismo.
O pedido para instaurar a CPI da Goiás Turismo foi feito pelo deputado Humberto Aidar (PT). Ele conseguiu 15 assinaturas, quando são necessárias 14. O deputado declarou que a motivação para a abertura da CPI são dezenas de denúncias por parte do Ministério Público (MP), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e de funcionários da própria agencia.
Humberto Aidar argumentou que há sobrepreço na contratação de shows. Colocações contra o presidente da Goiás Turismo estão sendo feitas de forma incisiva por deputados da base do governador Marconi Perillo, como: Cláudio Meirelles (PR) e Santana Gomes (PSL). Outros parlamentares da base deram apoio a Humberto Aidar para instaurar a CPI.
Questionado pelo Diário de Goiás quanto a questão do sobrepreço de shows, Leandro Garcia apresentou a justificativa que há diferença no valor do cachê dos artistas, devido a uma série de fatores, como localização e data de realização do evento, entre outros. Ele reclamou que não recebeu até o momento nenhuma informação dos deputados relativa à CPI, ou quanto a insatisfação deles quanto a determinado ponto.
“Não tive acesso a uma informação, nenhuma solicitação deles. Logicamente o cachê de um artista varia dependendo da localidade, forma de pagamento, a proximidade do local, o momento em que o evento é realizado, nós temos que analisar os casos concretos e não somente factoides”, afirmou.
Nesta quarta-feira (19), ao usar a tribuna na Assembleia Legislativa, o deputado Cláudio Meirelles fez duras críticas a Leandro Garcia, por conta do recebimento de um ofício. O parlamentar declarou que recebeu da Goiás Turismo um ofício que determina a instalação de sindicância para apurar a declaração feita pelo parlamentar em uma sessão ordinária, designando uma comissão parlamentar de sindicância para promover uma inquirição do parlamentar. “Hoje invertemos os valores, a portaria da agência quer investigar a ação de um parlamentar, é uma falta de respeito contra essa Casa, onde na tribuna minha fala é inviolável”, finalizou Meirelles.
Assinaram o requerimento para abertura da CPI da Goiás Turismo os seguintes deputados: Claudio Meireles (PR), Lissauer Vieira (PSB), Diego Sorgatto (PSB), Marquinho Palmerston (PSDB), Delegada Adriana Accorsi (PT), Isaura Lemos (PC do B), José Nelto (PMDB), Bruno Peixoto (PMDB), Karlos Cabral (PDT), Lívio Luciano (PMDB), Luis Cesar Bueno (PT), Major Araújo (PRP), Paulo Cezar Martins (PMDB), Wagner Siqueira (PMDB), além do autor do requerimento, Humberto Aidar (PT).
Leandro Garcia disse que há outras formas de se solicitar informações antes que fosse instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
“Nós temos muita tranquilidade de se fazer o trabalho da Goiás Turismo. Até agora não tive acesso a todos os trabalhos que a Assembleia se colocou. A gente fica um pouco chateado por não ser colocado para nós quais foram as dificuldades encontradas pelos deputados. Acredito que há outras formas de solicitar informações, até uma visita técnica, uma ligação, um ofício solicitando algum esclarecimento, não fui pautado por uma demanda da Assembleia Legislativa e apenas estão colocando a instauração da CPI, já passamos por várias auditorias, não temos nenhuma dificuldade. Espero que tenhamos a seriedade e que seja conduzido da melhor forma possível”, argumentou.