O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Jose Mario Schreiner defendeu nesta sexta-feira (05/05) que o setor produtivo e agropecuário, predominantemente alinhado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esqueça a eleição e foque tratar “pautas definidas” com o Governo Federal, tocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Schreiner que também apoiou Bolsonaro diz que o diálogo com o governo petista é importante. “Independente de ideologia, pensamento político se é de esquerda, direita, extrema-esquerda, extrema-direita. Os setores precisam conversar com o governo”, destacou. Nesse sentido, ele destaca que tanto a Faeg como a Confederação Nacional de Agricultura, a qual é vice-presidente mantém discussão regular com o governo.
Na semana passada, por exemplo, tiveram encontros com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD).
Na mesa de conversas com o Favaro, uma série de programas foram apresentados por meio de um documento elaborado a várias mãos. “Fazemos reuniões nas cinco regiões do Brasil ouvindo as principais demandas de todos os produtores rurais do Brasil. Ai nós condensamos e elaboramos um documento e fomos lá levar ao ministro. As propostas que a CNA captou por todo o Brasil estão lá”, destacou Zé Mário.
Ele também pontuou programas como o Programa de Construção de Armazéns. e o Agricultura de Baixo Carbono. “Hoje o Brasil tem apenas 70% da sua capacidade estática de armazenagem. O preconizado pelo órgão da ONU que cuida da alimentação e agricultura é de 130%. O programa ABC – Agricultura de Baixo Carbono, reincorporar áreas que estão degradadas no processo produtivo. O Inovagro que é a inovação dentro do setor agropecuário é também prioridade”, descreveu.
Schreiner também pontuou que os produtores rurais querem investimentos. “Foram essas as questões do Ministro da Agricultura e é claro pedimos o montante de R$ 402 bilhões para que sejam alocados para o setor agropecuário”, destacou.
José Mário completou dizendo que alguns ruídos até poderiam ser evitados e tanto Governo como o setor agropecuário devem virar a página e cuidar dos interesses do Brasil. “Muitas vezes o mal estar vem por mal entendido. Algumas situações desnecessárias para o momento que vivemos. Vivemos no Brasil e a eleição já passou. Temos de cuidar dos interesses do país. Em relação ao governo, sentamos para definir pautas definidas.”, salientou.
José Mário Schneider também criticou a taxa de juros Selic estabelecida pelo Banco Central do Brasil, mas também concatenou que o Governo Federal precisa fazer sua parte estabelecendo políticas monetárias “mais rígidas no ajuste e controle fiscal”. A afirmação foi feita ao Diário de Goiás em entrevista durante posse da nova diretoria do Sistema OCB/Goiás.
“A taxa de juros alta é algo extremamente prejudicial e danoso à economia de uma forma geral. Quando você tem um empreendedor que precisa buscar recursos seja para investimento, manutenção ou custeio, isso afeta muito e claro que afeta também a rentabilidade das empresas e dos empreendedores”, destaca.
Por outro lado colocou a parte do Governo Federal na balança. “Não é a questão do consumo que eleva a taxa da inflação, mas muitas vezes, políticas monetárias que deveriam ser adotadas, por parte do Governo Federal, mais rígidas no ajuste e controle fiscal do Brasil o que faz e obriga o Banco Central a manter as atuais taxas para que possa combater a inflação”, ponderou.
No entanto, destacou ser contra a alta taxa de juros a 13,75%. “Agora é claro, eu particularmente sou muito contrário ao combate à inflação através dos juros altos porque hoje no Brasil vivemos num momento antagônico onde o consumo não está elevado”, destacou salientando que já esteve com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sugerindo medidas alternativas para conter o avanço da inflação.