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Agronegócio
| Em 9 minutos atrás

Presidente da Faeg analisa perspectivas para o setor agropecuário em 2024 e 2025

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Em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (18), o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, fez um balanço sobre os desafios e avanços do setor agropecuário em 2024. O dirigente destacou as dificuldades enfrentadas pelos produtores, com ênfase na queda nas exportações de soja e milho em comparação a 2023. Segundo Schreiner, os impactos climáticos, que reduziram o potencial de produção de grãos em Goiás, foram os principais responsáveis pela diminuição no valor bruto da produção (VBP) do Estado.

“Esses fatores resultaram em uma colheita menor, tanto para o Brasil quanto para o estado de Goiás. No entanto, o produtor conseguiu superar essas dificuldades e, de maneira geral, conseguiu avançar. Embora algumas cadeias produtivas tenham enfrentado momentos mais desafiadores, podemos comemorar o ano de 2024”, afirmou o presidente da Faeg. Segundo a equipe de análise econômica da Faeg, a China continua a ser o principal parceiro comercial. Porém, o destaque de 2024 ficou por conta da Indonésia.

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Confira as principais adversidades enfrentadas pelo setor em 2024:

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Fonte: Faeg

“Os resultados positivos podem ser vistos na pecuária de corte e na cana-de-açúcar. A maior recuperação foi para o produtor de carne. Apesar de 2024 ter sido marcada por um grande crescimento nos abates bovinos, que resultou em queda de preço na arroba até a metade do início do segundo semestre, no fim do ano houve uma inversão na tendência dos preços do boi gordo, com quase o dobro no preço da arroba. Isso foi reflexo do consumo interno aquecido e do grande volume de exportações”, detalha a equipe de análise econômica da Faeg.

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Fonte: Faeg/MDIC

Em relação ao futuro, Schreiner se mostrou otimista para 2025, especialmente para o estado de Goiás, com previsão de um aumento de 11% na produção, que passará de 30 para 34 milhões de toneladas. A produção de carnes também deve continuar em bom nível, embora o presidente da Faeg tenha alertado para a necessidade de cautela, dada a dependência do setor das questões fiscais e econômicas nacionais, como a alta do dólar e o cenário fiscal do Brasil. “Apesar de todos os desafios, o setor agropecuário é resiliente e otimista. Em 2025, esperamos uma safra melhor e um cenário mais favorável”, concluiu Schreiner.

Mesmo diante desses obstáculos, Schreiner destacou o papel fundamental do setor agropecuário para a economia brasileira, afirmando que a agricultura e a pecuária continuam sendo “uma locomotiva que puxa a economia, gera emprego e renda, e traz estabilidade ao país”. O presidente ressaltou que, apesar de todas as dificuldades, o Brasil manteve sua posição de potência no setor agropecuário, especialmente no que se refere à produção de alimentos, que continuaram abastecendo os supermercados brasileiros durante a pandemia, ao contrário de outros países que enfrentaram escassez alimentar.

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Sobre o cenário de exportações, Schreiner comentou que o Brasil tem se destacado pela qualidade e sustentabilidade na produção, com o país exportando carne para mais de 160 países. Ele também fez questão de ressaltar que os produtores brasileiros atendem aos protocolos de exportação, garantindo que os produtos atendam aos mais altos padrões exigidos internacionalmente.

Vale pontuar as ações do Sistema Faeg/Senar/Ifag, em especial do Senar Goiás, que impactaram mais de 1,5 milhão de pessoas no campo e na cidade. Destaque para a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), atualmente com cerca de 18 mil produtores acompanhados; a Promoção Social, que realizou mais de duas mil ações entre qualificações e atendimentos voltados para a saúde; a Formação Profissional Rural, que contou com mais de sete mil treinamentos realizados; e a Educação Formal, que lançou, em EAD, 19 cursos, alcançando 40 mil alunos matriculados.

Reforma tributária

O presidente da Faeg também abordou a reforma tributária, destacando os avanços conquistados para o setor agropecuário, como a isenção do pagamento de tributos para produtores com receita de até R$ 3,6 milhões ao ano e a exclusão de produtos agropecuários do chamado “imposto do pecado”. “O setor agropecuário é tratado de forma estratégica no Brasil, e a reforma tributária trouxe avanços importantes para o setor, promovendo um ambiente mais favorável para os produtores”, comentou Schreiner.

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Elysia Cardoso

Jornalista formada pela Uni Araguaia em 2019