O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr, disse acreditar que o governo manterá fatia “importante” na empresa após a privatização, que tem previsão de ocorrer até o segundo semestre de 2018.
Ele defende que a pulverização do capital permitirá que a companhia volte a crescer, pagando mais impostos e dividendos aos acionistas.
“Uma Eletrobras mais eficiente vai gerar mais resultado, vai remunerar seus acionistas com dividendo, o que nunca fez. Se gera lucro, paga Imposto de Renda. Para o contribuinte, para o cidadão, é muito melhor”, afirmou.
Frisando que não há decisão sobre o modelo, ele disse preferir a proposta de aumento de capital, com diluição da fatia do governo e a atração de outros acionistas, por representar injeção de recursos.
“A perspectiva de um aumento de capital pode significar o crescimento da empresa”, afirmou. Nesse caso, a tendência é atrair investidores pessoais ou institucionais que buscam menor risco, em vez de empresas de energia.
“O setor elétrico no mundo inteiro tem, como costuma se chamar, ‘ações de viúva’, que são investidores institucionais que querem ter estabilidade de retorno ou pessoas físicas que querem ter perspectiva de complementar sua aposentadoria com o pagamento estável de dividendos.”
O governo manterá uma golden share, ação que lhe dá poder de veto em decisões estratégicas mesmo sendo minoritário -algumas questões já foram definidas: a Eletrobras não poderá mudar de nome e terá que manter investimentos na revitalização do rio São Francisco.
Mas Ferreira não crê que a saída da União seja completa, até porque a empresa está voltando a dar lucro e, como consequência, voltará a pagar dividendos. “Certamente não fará isso. Acho que ela continuará tendo uma participação importante.”
Com a privatização, o executivo acredita que a empresa abrirá acesso a captações mais baratas e ampliará sua capacidade de investimento, prejudicada por anos de prejuízos e políticas públicas que reduziram sua rentabilidade.
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