Uma declaração do presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), Antonio Chavaglia, ofendeu a classe dos professores. Ele afirmou em entrevista que “crianças aprendem pornografia nas escolas” e que “professores andam nus”.
O assunto repercutiu na Assembleia Legislativa e a deputada Bia de Lima (PT), ligada à categoria, está exigindo uma retratação.
As declarações foram durante o lançamento da Tecnoshow, na manhã desta quarta-feira, 21, em Rio Verde. Quando perguntado durante uma entrevista coletiva a que ele atribuía o desconhecimento da população sobre a importância do agronegócio, o presidente da Comigo respondeu que essa desinformação começa nas escolas.
Antônio Chavaglia continuou afirmando: “Tem crianças de sete, oito anos vendo pornografia, nos mostrando tudo. Aí, quando chega aos 20, 29 anos, já passaram a vida toda dentro dessas universidades e acontece isso. Tem professor andando pelado na universidade em São Paulo… como os alunos vão saber de onde veio a alimentação deles?”.
Procurado pela reportagem, Chavaglia citou rapidamente “distorções e manipulações na fala”. Depois disse que sua assessoria faria contato, o que não ocorreu. Mais tarde enviou um vídeo de uma pessoa falando sobre a importância do agronegócio e da Tecnoshow e minimizando a polêmica que estava acontecendo.
Durante a sessão da tarde desta quarta na Alego, a deputada Bia de Lima (PT) que preside o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintego) repudiou com veemência a fala do presidente da Comigo. Ao Diário de Goiás, a parlamentar disse ainda que eram inaceitáveis as afirmações e que exigia uma retração de Chinaglia.
Pouco antes, ela discursou na tribuna protestando. “É um absurdo, uma tristeza imensa. Dizer que professores ensinam pornografia nas escolas, que andam pelados, o que é isso? Em que mundo ele vive? Trabalhamos todos os dias para melhorar a Educação de Goiás e do Brasil, mas ele e tantos outros nunca se preocuparam com a valorização do nosso trabalho ou com a qualidade do ensino”, enfatizou a deputada.
Além disso, ela também exigiu provas das afirmações. “São ataques que precisam de comprovação, então vamos tomar todas as medidas cabíveis”, completou Bia de Lima.
Pouco depois da parlamentar, o deputado Amaury Ribeiro (UB), também usou a tribuna, mas em defesa do presidente da Comigo, “um produtor rural respeitável”, citou.
Na sequência, o deputado exibiu imagens de manchetes jornalísticas no telão do Plenário sobre episódios de professores afastados de suas funções. “Nós temos ótimos professores, excelentes, mas, infelizmente, temos alguns profissionais que não se respeitam, assim como em todas as outras categorias”, afirmou o legislador.
Procurada, a Secretária Estadual de Educação, Fátima Gavioli, preferiu não comentar o assunto.