O presidente da CNI, Robson Andrade, foi preso nesta terça-feira (19) em uma operação da Polícia Federal em parceria com o TCU (Tribunal de Contas da União) que investiga uma suposta organização criminosa suspeita de desviar R$ 400 milhões do Sistema S e do Ministério do Turismo.
A entidade afirma estar à disposição das autoridades.
A operação, batizada de Fantoche, mira o festival Sesi Bonecos do Mundo, organizado pela empresa Aliança Comunicação e Cultura, de Recife, foco da operação.
Também foram presos os donos da empresa -Lina Rosagomes Vieira da Silva e Luiz Antônio Gomes Vieira da Silva- e o presidente da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco), Ricardo Essinger.
Ao todo, foram emitidos dez mandados de prisão temporária e 40 de busca e apreensão nos estados de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Alagoas.
A PF afirma que a organização era voltada para a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.
Ainda de acordo com os investigadores, um grupo de empresas de fachada, sob o controle de uma mesma família, teria desviado recursos provenientes de contratos e convênios fechados diretamente com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S.
Os contratos eram, na maioria das vezes, voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados e/ou com inexecução parcial, diz a investigação.
As medidas foram determinadas pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, que ainda autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados.
OUTRO LADO
Em nota, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) informou que o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, prestava esclarecimentos na manhã desta terça na Polícia Federal em Brasília sobre a operação.
“A CNI não teve acesso à investigação e acredita que tudo será devidamente esclarecido. Como sempre fez, a entidade está à disposição para oferecer todas as informações que forem solicitadas pelas autoridades”, informou.
Também em nota, a Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco) afirmou que o presidente da federação, Ricardo Essinger, presta esclarecimentos na PF. De acordo com o comunicado, “todos os processos atendem, criteriosamente, às exigências licitatórias previstas em lei.”
“A equipe técnica da entidade está à disposição para contribuir com a documentação que for solicitada pelos responsáveis pela investigação.”
O Ministério do Turismo disse em nota que está à disposição para colaborar com a investigação e afirmou que a atual gestão não assinou nenhum convênio até o momento.
“A pasta já havia determinado uma auditoria completa em todos os instrumentos de repasse antes mesmo de tomar conhecimento da investigação da Polícia Federal, ação que resultou no cancelamento de um contrato no valor de R$ 1 milhão.”
A reportagem ainda não conseguiu contato com a Aliança Comunicação e Cultura ou com advogados dos proprietários da empresa.