O presidente da Associação Goiana dos Municípios (AGM), Cleudes Baré Bernandes, afirmou nesta quinta-feira (14) ao Diário de Goiás que os municípios goianos não têm verbas para pagar o reajuste do Piso Salarial a professores. “Reconhecemos o valor do professor, mas querer não é poder. Não temos recursos”, declarou.
Mesmo prevista em lei aprovada pelo Congresso Nacional, prefeitos representados pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) e governadores enviaram à presidente Dilma Rousseff (PT) pedidos de adiamento do reajuste decido anualmente a professores. Em vez de pagar em janeiro, eles querem pagar em agosto.
O percentual também é questionado pelos prefeitos e governadores. Ambos os representantes querem que a porcentagem do piso salarial da categoria gire entorno de 7,41%, contrário à lei que prevê 11,36% para a partir de janeiro. O piso atual é de R$ 1.917,78.
O Ministério da Educação (MEC) informou que um fórum foi instituído para discutir a questão do piso dos professores e reiterou que a atualização está prevista em lei. “O ministério reconhece a dificuldade financeira de estados e municípios e que a legislação precisa ser aprimorada. Mas existe uma lei, aprovada pelo Congresso Nacional, não alterada nos últimos anos, que estabelece que o valor do piso seja atualizado a cada mês de janeiro”, explicou em nota.
Segundo Cleudes Baré pelo menos 70 prefeitos não conseguiram fechar as folhas de pagamento de 2015. “Aumentar o piso é criar conflito. Munícipios não têm recursos e não podem pagar professores que acabam protestando e fazendo greve por falta de pagamento”, justificou.
Secretários estaduais de educação enviaram na quarta-feira (13) por meio de carta apoio às propostas para o MEC.
Procurado pela reportagem o Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Goiás (Sintego) informou que não abre mão do piso porque repõe a inflação. O órgão pretende fiscalizar a aplicação do piso em Goiás.