B. C. M. C., de 25 anos, foi presa por ser acusada de estelionato. Segundo a Polícia Civil, ela criava perfis nas redes sociais para comercializar produtos importados, utilizando conta corrente de outras pessoas para depósito e não entregava as mercadorias. A polícia acredita que desde 2012, os golpes estavam sendo praticados com prejuízo estimado em pelo menos R$ 300 mil às vítimas. Para a polícia não seria exagero que pelo menos mil pessoas foram vítimas.
Abordagem
De acordo com o titular da Delegacia Estadual de Defesa do Consumidor (Decon), Eduardo Prado, ela oferecia produtos de maquiagem e aparelhos celulares. No interrogatório ela confessou os crimes, mas não tem ideia de quantos golpes foram praticados. Disse que precisava de dinheiro e por isto começou a realizar as práticas ilícitas.
Uma das vítimas é o estudante Frederico Arantes Junqueira. Ele estava procurando no Facebook um celular para adquirir e a suspeita ofereceu um aparelho no valor de R$ 1 mil. O rapaz conta que ela o chamou para ir até o apartamento dela, pois entregaria um recibo, para que ele tivesse uma garantia. Porém na prática, ele não recebeu o aparelho.
“Entreguei tudo, peguei meu recibo com ela. No outro dia ela teoricamente deveria viajar e traria o celular. A gente sempre ia conversando. Ela foi adiando a viagem dela, passou 15 dias, um mês. Eu já tinha passado parte do dinheiro e iria passar depois que pegasse o celular. Ela inventou que o irmão faleceu, entre outras desculpas, até que eu aceitei que caí num golpe”, explica.
Outra vítima foi o estudante Lucas Rodrigues Guimarães. Ela também ofereceu a ele um aparelho. Ela disse que um tio poderia trazer um aparelho dos Estados Unidos. Ele pagou R$ 300 a ela, mas também não recebeu o esperado celular.
“Ela ficou inventando desculpas, todo dia alguém ficava doente. Até que cansei e joguei o nome dela no Google e vi que se tratava de uma golpista”, argumenta.
As vítimas se organizaram pela internet, criaram perfil para as pessoas denunciarem. Após a troca de informações, o caso foi levado para a Decon.
Segundo o delegado Eduardo Prado, há um caso em que ela enganou um homem no Rio de Janeiro. Ela neste caso fingiu estar com câncer. Ela “arrancou” desta vítima R$ 15 mil. Ela chegou até a enviar uma fotografia deitada em uma maca.
A vítima é Ryan Balbino, analista de sistemas do Rio de Janeiro, com quem a suspeita teve um relacionamento amoroso entre 2011 e 2012 também foi vítima da modelo. Ele conta que a suspeita disse que estava com câncer no útero.
O advogado da acusada, Flávio Cavalcante, admite apenas parte das denúncias feitas e espera a conclusão do inquérito. O advogado nega que ela teria a intenção de fugir para o exterior.
“Os fatos estão sendo apurados ainda. Ainda vou pegar toda a documentação, tomar conhecimento de tudo para depois traçar a defesa da acusada. Ela disponibilizava mercadorias pra venda, mas devido algumas impossibilidades pessoais, em alguns casos ela não conseguia entregar e em outros entregou”, justifica o advogado.
Ostentação e deboche
De acordo com o delegado, a mulher ostentava e dizia levar uma vida muito diferente do que ocorria na prática. Ela agia com deboche quando as vítimas a procurava. Ela foi irônica ao comentar numa mensagem em que a vítima disse: “ela nem sonha como estão as investigações”. Ela responde: “Aguardo ansiosamente por esse dia. kkkkk. Meu orixá é forte”.
A acusada tem passagens pela polícia por estelionato. Novamente ela vai responder por este crime. A pena varia de um a cinco anos de prisão.