O atual prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo (UB), fez uma promessa de campanha que está chamando a atenção ao prever tarifa zero no transporte coletivo para passageiros em todos os percursos dentro da cidade a partir do próximo ano, se ele for reeleito. Nesta quinta-feira (19) ele detalhou a proposta ao Diário de Goiás.
Em entrevista especial ao editor-chefe do DG, jornalista Altair Tavares, Pellozo disse que a proposta não é para já, em virtude até do momento, o que seria um desrespeito à legislação eleitoral. Mas ele garantiu que já tem os estudos e que se conquistar o segundo mandato o benefício será implementado com recursos do Tesouro Municipal.
O prefeito disse que fez as contas e o município passaria a pagar entre R$ 400 e R$ 500 mil mensais a mais do que já repassa para a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC).
Como outras cidades da Região Metropolitana de Goiânia, Senador Canedo contribui com parte dos valores que subsidiam as tarifas, evitando que elas sejam reajustadas para além dos R$ 4,30 que vigoram desde 2019. Do montante, citou ele, “o governo estadual contribui com 41%, a prefeitura de Goiânia com outros 41%, Aparecida de Goiânia com 9% e Senador Canedo com 4,81%,”.
“A prefeitura já contribui com o subsídio para a CMTC para manter a passagem a R$ 4,30. E, em Senador Canedo, todas as linhas já funcionam atualmente com meia tarifa de R$ 2,15”, explicou. Segundo ele, em dinheiro, a contribuição de 4,81% paga pela cidade gira em torno de R$ 2,5 milhões mensais. Dessa forma, a diferença para implantar a gratuidade, elevaria esse repasse para R$ 3 milhões – “um custo acessível para a prefeitura”, considera.
“Para chegar à tarifa zero o custo é muito pequeno pelo tamanho do benefício que é ter uma cidade com ônibus grátis. É bom para o comércio, para o tratamento de saúde das pessoas e para o trânsito”, apontou.
Pellozo justifica que não implementou o benefício este ano, antes do período eleitoral, por questões de caixa. “Estamos no fim da recuperação, porque a atual gestão pagou mais de R$ 100 milhões de dívidas, só na saúde, relativas a administrações passadas”, argumentou o prefeito.
A proposta do candidato é operacionalizar o sistema aproveitando o controle já implantado pela Rede Mob e a integração existentes. Segundo ele, será possível controlar o momento em que o usuário terá de pagar a passagem para fora da cidade porque a CMTC tem uma tecnologia que permite mapear quando e onde cada usuário entrou no ônibus. Ou seja, o usuário passaria o cartão normalmente, mas somente seria debitado quando ele utilizasse uma integração para fora de Senador Canedo.
“O que vai mudar é quem vai pagar, no caso, em vez do usuário, a Prefeitura, junto com nossa conta que já é paga todo mês”, reforçou. Além disso, destacou que ao sair da cidade, o passageiro também não pagará a tarifa cheia. “Ele vai pagar R$ 2,15 para usar a integração do Eixo Anhanguera e ir para Goiânia”, garante.
Questionado se “a moda pegar” e moradores de outras cidades da região integrada quiserem o mesmo benefício, Pellozo respondeu brincando: “Vai ser um problema bom”. Depois ele destacou que o exemplo serviria de estímulo para outros municípios “porque o benefício para circulação na cidade compensa pagar a diferença”.
Ele disse que pesquisou sobre o município de Maricá, no Rio de Janeiro, onde também vigora tarifa zero, mas com uma opção sem integração em rede e sim com frota municipalizada.
Segundo ele, o presidente da CMTC, Murilo Ulhôa, ligou parabenizando pela iniciativa de lançar a proposta de tarifa zero. O prefeito destacou que fez muitas gestões junto à CMTC por ajustes na cobertura de linhas e suporte de linhas nos momentos de pico, afirmando que foram vitórias que ajudaram a melhorar o transporte público na cidade.
“Uma conquista muito grande que aderimos, foi a melhoria nos abrigos de passageiros, onde a prefeitura aceitou pagar alguns centavos a mais na tarifa para a Rede Mob e, com esse dinheiro a mais, todos os abrigos estão sendo reformados, lavados, instalados, e sinalizados”, acrescentou.
Do ponto de vista eleitoral, ele disse que a proposta foi muito bem recebida e que não vê risco jurídico já que é algo para um mandato futuro. “É uma proposta como qualquer outro candidato poderia fazer para 2025”, concluiu.