“O PT tem nome, já aprovou, Gomide governador!”, gritaram, após quatro horas de reunião, os membros do diretório petista.
E a pré-candidatura do prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT), foi formalizada neste sábado, 25, com diferenciais que começaram por aí, no grito de guerra.
A postulação do prefeito foi votada e aprovada em reunião ocorrida na sede da Assembleia Legislativa, em Goiânia. A resolução da legenda recebeu emendas e passou por todo trâmite burocrático, característico do PT.
Com nome próprio pelos próximos 60 dias, o partido sai unido.
O sucesso ou o fracasso de Gomide, daqui pra frente, representará o sucesso ou o fracasso de um partido inteiro. Não que o sucesso seja a imposição da candidatura; será acima de tudo a construção de um projeto de vitória das oposições. Mas pior será, porém, o esvaziamento da postulação.
Eis a singularidade: uma candidatura que não é voluntária. Um pleito que não é pessoal. Um desafio de todos os petistas.
Gomide representa, hoje, um consenso partidário. Foi a escolha da maioria. A convergência das diversas forças.
Com as questões internas resolvidas, partem – juntos – para o próximo passo. Vão em busca de aliados.
“Nós queremos unir o PT a todos os partidos da base da presidente Dilma. O PMDB é nosso parceiro e vamos buscar a união pela vitória”, ressaltou o prefeito em seu discurso para os militantes.
Sobre a postulação do empresário Júnior do Friboi: “É justa e natural. Ele está em um partido grande, com tradição. Tem o direito de buscar o seu espaço.”
Com astúcia exercitada, o prefeito foi sutil. Evitou o confronto direto com o governador e se direcionou pelo elo com o eleitor. Usou o argumento da identificação, ponto forte da legenda.
“Dentro desses 60 dias vamos mostrar para a sociedade que o PT tem candidato e tem condições de vencer as eleições. Queremos dar a oportunidade ao Estado de ter um governador com a cara de Goiás.”
Há quem diga que um partido só merece este nome quando um conjunto de ideias mobilizadoras são produzidas e compartilhadas, gerando um ordenamento político para a ação.
Eles, os petistas, assim fizeram.
Com ou sem chances de vitórias, mostraram estratégia.
Deixaram o papel de coadjuvantes e se apresentaram como protagonistas em um embate.
“Força, garra e vamos à vitória!”, ordenou Antônio Gomide, como quem adverte governistas, mas – e principalmente – oposicionistas.