A desaceleração da inflação em 2016 fez a caderneta de poupança ter o maior ganho real em sete anos.
Descontada a inflação, a rentabilidade da poupança foi de 1,9% no ano passado, conforme levantamento da consultoria Economatica. É o melhor retorno desde 2009, quando a caderneta rendeu 2,63%.
Em 2016, o índice oficial de inflação, o IPCA, ficou em 6,29%. Em 2015, quando o IPCA atingiu 10,67%, o maior percentual desde 2002, a poupança teve perda de 2,28%.
Entre 2010 e 2014, período de inflação mais baixa, mas também de juros menores, a poupança registrou ganhos reais inferiores 1%. A poupança rende a variação da TR (Taxa Referencial) mais 6,17% ao ano.
Em termos nominais, sem descontar a inflação, a rentabilidade da poupança foi de 8,30% em 2016, o melhor resultado desde 2006, quando rendeu 8,40%.
O levantamento considera apenas as poupanças antigas, abertas antes de 4 de maio de 2012. As contas e os depósitos feitos a partir daquela data rendem menos sempre que a taxa básica de juros (Selic) for igual ou inferior a 8,5% ao ano. Isso ocorreu entre maio de 2012 e julho de 2013.
Mesmo com ganho real em 2016, a poupança é menos atrativa que outros investimentos.
Numa análise de seis aplicações financeiras feita pela Economatica, incluindo a poupança, o melhor ganho real foi o do Ibovespa. Descontada a inflação, o principal índice da Bolsa teve rentabilidade de 30,72%.
O CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro), usado na renda fixa, teve ganho de 7,25% acima da inflação.
O pior resultado em 2016 em termos reais é do euro, que perdeu 23,89% em poder aquisitivo, seguido pelo dólar Ptax venda com -21,47% e pelo ouro com -17,51%.
A baixa rentabilidade, aliada à crise econômica, levou os saques de recursos caderneta de poupança a alcançarem R$ 1,98 trilhão em 2016, o maior montante desde 1995, início da série histórica, segundo o Banco Central. A captação líquida da caderneta foi negativa em R$ 40,7 bilhões no ano passado.
Folhapress