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Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

‘Posso entregar mais áudios’, diz Joesley em depoimento

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O empresário e delator Joesley Batista, da J&F, dona da JBS, disse em depoimento ao Ministério Público Federal que possui mais gravações feitas com diferentes pessoas, incluindo uma conversa com o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (PT-SP) e que “pode entregar” todas as gravações.

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A declaração está em depoimento realizado na última quinta (7). O termo de declarações foi tornado público nesta segunda-feira (11).

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Os áudios, segundo Joesley, estão “fora do Brasil”, mas ele não foi questionado pelos procuradores sobre onde está esse material e como ele teria sido enviado para o exterior.

De modo enigmático, Joesley disse também possuir “áudio com relatos de crimes de terceiros interlocutores, sem a participação do depoente”. Os procuradores não indagaram como Joesley teria tido acesso ou teria feito essas gravações de conversas em que não estava presente.

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Segundo Joesley, ele avaliou as gravações que conteriam ou não suposto indício de crime e entregou o que julgou necessário à PGR (Procuradoria-Geral da República) para formar seu acordo de delação.

“Há outras gravações em posse do depoente [Joesley], não entregues, por exemplo, a de Cardozo. Esse material hoje está fora do Brasil até porque apenas o depoente manuseia isso. Gravou até encontros com amigos, e por isso não sabe a quantidade de áudios que tem. A avaliação sobre os áudios serem ou não prova de crime foi apenas do depoente”, disse Joesley, sendo o termo de depoimento.

Joesley acrescentou uma informação que não constava de suas declarações anteriores no acordo de delação premiada.

Ele disse que o escritório de advocacia de Marco Aurélio Carvalho, que seria um profissional próximo do ex-ministro Cardozo, “emitia mensalmente notas de R$ 70 mil ou R$ 80 mil para contratos fictícios e parte desse dinheiro iria, segundo Marco Aurélio, para José Eduardo Cardozo; o contrato fictício era para manter boa relação com Cardozo. Marco Aurélio dizia que o dinheiro chegava a José Eduardo Cardozo e este tratava muito bem o depoente, mas nunca perguntou se o dinheiro chegava”.

O empresário, contudo, negou que na conversa gravada com José Cardozo, que estaria “fora do Brasil”, o ex-ministro tenha dito que tinha “cinco ministros” do STF “na mão” ou que tenha sugerido alguma influência sobre o STF. A menção aos cinco ministros, segundo Joesley, foi “elucubração de dois bêbados em casa e sozinhos”. A menção “foi da imaginação de Saud, não foi dito por Cardozo”.

Joesley afirmou ainda que sua empresa também “patrocinou vários eventos e palestras” do Instituto de Direito Público -o IDP, uma escola privada de Brasília pertencente ao ministro do STF Gilmar Mendes. No momento em que os colaboradores avaliaram “o que seria ou não crime”, surgiu a questão dos patrocínios ao IDP e então o advogado da JBS Francisco de Assis e Silva “disse que não era crime”.

Antes, segundo o depoimento, Silva teria indagado ao então procurador da República Marcello Miller sobre o assunto “e houve divergência de entendimento”. A seus olhos, disse Joesley, “não houve nenhum ilícito porque não teve nenhum benefício em troca”.

Os pedidos de patrocínio, segundo Joesley, partiam de Dalide Corrêa, a principal funcionária dirigente do IDP e próxima de Gilmar Mendes. (Folhapress)

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