As linhas da Metrobus que operam o Eixo Anhanguera, em Goiânia, e as extensões de Senador Canedo, Goianira e Trindade amanheceram nesta sexta-feira (09/04) paralisadas. A operação foi interrompida após os motoristas da Região Metropolitana entrarem com um indicativo de greve pedindo priorização na fila da vacina contra a Covid-19.
O Diário de Goiás já havia antecipado que sem perspectiva para uma data de início de vacinação na categoria, os motoristas ameaçavam cruzar os braços. A operação no entanto, alcança apenas o Eixo Anhanguera conduzido pela Metrobus. As outras linhas da capital e região metropolitana estão com operação normalizada, de acordo com o Redemob Consórcio.
Presidente do Sindicato Intermunicipal de Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), Sérgio Reis, reforça que o pedido feito no momento não tem a ver com remunerações nem salários, mas exclusivamente com a proteção do motorista que vê no transporte público um ambiente insalubre para o trabalho. “O objetivo principal neste momento é a priorização da vacina”, pondera Reis.
Governo do Estado não tem previsão para vacinar motoristas
Apesar de estar inserido dentro dos diversos grupos prioritários para a vacina contra a Covid-19, os trabalhadores do transporte coletivo ainda não veem uma previsão de data por parte do Governo Estadual ou municipal. “De acordo com o Plano Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, os trabalhadores do transporte coletivo rodoviário de passageiros integram a lista de grupos prioritários para a vacinação, mas ainda não foram contemplados para receberem as doses da vacina nesta etapa que está em andamento. Dessa forma, com o recebimento de mais imunizantes, o Estado de Goiás avançará, gradativamente, na imunização dos públicos definidos pelo governo federal”, pontuou a Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) ao Diário de Goiás.
A pasta destaca que que os motoristas deverão ser priorizados em próximas etapas, no entanto, não há como estimar quando ela se iniciará. “Este público deverá ser priorizado nas próximas etapas da vacinação contra a Covid-19. No entanto, ainda não é possível prever uma data, visto que para isso é necessária a chegada de mais doses da vacina”, destaca.
Sindicato das empresas defende vacinação, mas questiona paralisação
Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (SET) disse que defende a reivindicação dos motoristas dos coletivos de buscarem entrar no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19, mas critica a paralisação.
O vice-presidente do SET, Alessandro Moura, explica que uma greve nesse momento prejudica toda a sociedade da Região Metropolitana de Goiânia (RMG).
“Paralisar o transporte público neste momento será muito danoso para as cidades atendidas pela RMTC – Rede Metropolitana de Transportes Coletivos, e para a manutenção dos serviços essenciais, em especial os setores de saúde e alimentação, que correspondem a 55% de todos clientes que fizeram o cadastro no Embarque Prioritário”, disse.