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Categorias: Cidades

Por unanimidade,  júri condena irmãos Chaveiro por ataque a bomba contra advogado

Os jurados do plenário do  tribunal do júri da 2ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida condenaram hoje, por unanimidade, a 11 anos nove meses e 16 dias em regime fechado os ex-policiais federais e irmãos Valdinho e Ovídio Rodrigues Chaveiro pelo atentado a bomba contra o advogado Walmir, ocorrido em julho de 2016.  Eles foram enquadrados em crime de homicídio tentado triplamente qualificado,

A decisão veio após dois dias de julgamento, totalizaram quase 20 horas de audiência. Os sete jurados, duas mulheres e cinco homens, acolheram a tese apresentada pelo Ministério Público (MP) de que os dois irmãos enviaram uma encomenda com explosivos para o advogado.

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A motivação para o crime foi o inconformismo de Vadinho com uma decisão da justiça, que reverteu a guarda de sua neta para o pai, o empresário  Petrônio Reis, cliente de Walmir Cunha. O atentado, segundo demonstrou os autos, foi uma represália ao trabalho do advogado.

Depoimentos dos três motoboys também foram decisivos para a condenação: eles reconheceram Ovídio (irmão de Valdinho e apontado como co-autor) como sendo a pessoa que entregou o pacote com a bomba para ser levado ao escritório de Walmir Cunha, foram decisivos para o desfecho. “Os três motoboys foram muito seguros em afirmar que foi o Ovídio, inclusive apontando para a cadeira onde ele estava no início do julgamento (na hora do depoimento os réus havia sido retirados do plenário)”, afirmou a promotora de justiça Renata Marinho.

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Na decisão, o presidente do Tribunal do Júri, Lourival Machado da Costa, relatou: “Não se trata de um crime de ímpeto, quando o agente no momento de sua repulsa, instantaneamente, desencadeia sua ira contra a vítima. Ao contrário, trata-se de um crime premeditado, arquitetado em espaço de tempo considerável, com o maior sofrimento possível para a vítima, com o uso de artefato explosivo. A conduta foi praticada com a certeza da impunidade julgando-se o réu ser inatingível e inalcançável pela mão da justiça.”

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Acompanhando o tempo todo com seus pais, Walmir Cunha se manifestou ao fim do julgamento. “Recebo a notícia da condenação dos dois acusados do atentado contra minha pessoa com as esperanças renovadas no Judiciário e demais instituições brasileiras. Agradeço a toda a sociedade goiana e a toda advocacia brasileira que sempre estiveram ao meu lado nesta luta contra a impunidade. Essa decisão condenatória não é uma vitória minha, mas sim de toda a sociedade. É uma vitória sobretudo para o exercício pleno da advocacia, que não pode em hipótese alguma ficar refém de qualquer ato de violência física ou psicológica”, disse Cunha ao fim da sessão de julgamento.

Por causa do atentado, a vítima sofreu amputação de três dedos e parte da mão esquerda, fraturas expostas no pé, queimaduras de segundo grau nas pernas e teve o abdômen também atingido com estilhaços de bomba. Segundo, Walmir foram necessários mais de seis de um intenso tratamento de fisioterapia para ele retomar plenamente suas atividades rotineiras no trabalho e em casa.

Perfil

A acusação conseguiu demonstrar aos jurados o perfil agressivo de Valdinho por de diversas provas, entre elas os relatórios feitos por psicólogas que participaram de 12 visitas assistidas durante o processo de regulamentação de visitas requerido pelo empresário Petrônio, cliente de Walmir. Nos relatórios, que eram registros fidedignos de tudo o que acontecia durante as ocasiões, foram registrados comentários em tom intimidador para quem tinha relação com a ação. “Se a Justiça não tivesse prendido o Valdinho, mais pessoas poderiam ter recebido em Goiânia”, considerou a promotora.

A ação em que Walmir atuou como advogado de Petrônio durou de janeiro de 2013 e foi encerrado em dezembro de 2014 e, um ano depois, Valdinho encontrou, ocasionalmente, uma advogada da equipe de Walmir na sede da Polícia Federal e lhe disse que todos iriam pagar pelo o que fizeram.

Uma das principais estratégias da defesa foi tentar desqualificar o depoimento dos três motoboys que trabalham no ponto de mototáxi no Setor Guanabara em Goiânia. Uma das tentativas foi contratar parecer técnico de especialista que tentava contrapor ao laudo pericial das gravações das imagens da pessoa que entregou o pacote para o motoboy fazer a entrega, que indicava ser Ovídio.  Peritos do Instituto de Criminalística consideraram a análise inconsistente.

Em sua exposição no tribunal do júri a representante do Ministério Público, Renata Marinho, lembrou ainda que os dois mandantes assumiram claramente o risco de matar não só a vítima mas outras pessoas. “Quando eu envio uma bomba, estou assumindo o risco de matar outras pessoas também. E se o motoboy abrisse o pacote? E se ele tivesse caído? E se o trepidar da moto acionasse a bomba? E se matasse um transeunte. E se a secretaria tivesse aberto? E se tivesse mais gente na recepção. Deus colocou a mão. E também a atitude de Walmir, que ao perceber a bomba colocou sobre a mesa e avisou a secretária para correr, mas como ela ficou paralisada, acabou voltando para pegar a caixa com o explosivo para tirar da frente dela. Ele.poderia ter fugido, mas escolheu salvá-la”, relatou a promotora durante sua sustentação no julgamento.

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Marcley Matos

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