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Categorias: Informativo
| Em 7 anos atrás

Por que está crescendo a procura por licenciatura em História?

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Em 1996, a Fundação para o Vestibular da Universidade de São Paulo (Fuvest) registrou 1.322 pessoas interessadas em licenciatura em História na faculdade. Era um número menor do que o ano anterior, quando 1.527 pessoas se inscreveram na prova.

Dez anos depois, em 2006, o número mais do que dobrou: 3.881 candidatos disputando um total de 270 vagas, 10 a mais do que nos anos 1990. A relação candidato-vaga foi de 5.08 em 1996 para 14.37 em 2006. À época, existiam poucas graduações em História no país, e o curso da USP era um dos melhores.

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“Era muito difícil passar. Quem não conseguia, acabava desencanando da própria ideia de universidade e ia fazer outra coisa da vida”, comenta o hoje professor Thiago Paulo Silva, que dá aulas de História em cursinhos pré-vestibular.

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De lá pra cá, a oferta aumentou, distribuindo não apenas os alunos entre as faculdades, mas até geograficamente. No ano passado, o Ministério da Educação divulgou que 466 mil pessoas concluíram uma graduação em 2002, enquanto em 2014 esse número foi de 837 mil. Um aumento de cerca de 80%. Entre 1995 e 2002, 2,4 milhões de pessoas concluíram a faculdade no país – média de 300 mil por ano.

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Ainda assim, o parâmetro do curso de História da USP segue alto: em 2016, 1.941 pessoas se inscreveram para prestar o vestibular, concorrendo a 216 vagas. A relação candidato-vaga foi de 8.99. Proporcionalmente, isso ainda é um número alto, porque há uma série de cursos de História oferecidos em diversas faculdades, como o da FAPCOM.

O aumento na busca por cursos de História tem a ver com diversos fatores: a expansão do número de universitários no país, a busca por compreensão dos fenômenos recentes do país, como a redemocratização, e a oportunidade de seguir carreira no magistério. Essa última foi a motivação para Thiago Paulo, de 32 anos. “Eu quero ser professor desde que eu estava no ensino médio e via a fascinação que as pessoas tinham pelo nosso professor da época”, conta.

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Isso também pode ser confirmado pelo aumento no número de professores titulados no Brasil nos últimos anos: segundo o MEC, entre 1995 e 2002, 25 mil pessoas fizeram Mestrado ou Doutorado no país. Entre 2003 e 2014, esse número aumentou para 49 mil. A maior parte dos novos titulados foi, justamente, para o magistério.

O estudante Ricardo Jader, da FAPCOM, de São Paulo, ao contrário, queria entender melhor o contexto político do país e, se possível, fazer algo para ajudá-lo. “Estou entrando na faculdade em um momento muito complexo do Brasil, em que a história está sendo toda revisitada para compreender os fenômenos atuais do país”, diz. Ele começou o curso em janeiro deste ano.

“O curso vai aumentar ainda mais conforme as demandas. Fazer uma graduação em História é, inclusive, a base para cursar outras coisas depois”, completa o professor Horácio Dário, da USP. 

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