O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (23) uma ordem executiva para retirar o país da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês).
O republicano afirmou que a saída do acordo “é algo ótimo para os trabalhadores americanos”.
A assinatura do TPP foi uma das principais iniciativas de integração comercial do antecessor de Trump, o democrata Barack Obama. O pacto, contudo, não chegou a ser ratificado pelo Congresso dos EUA.
Na prática, a retirada dos EUA do TPP deve inviabilizar o acordo, que busca estabelecer um contraponto ao aumento da influência econômica e política da China.
A parceria estabelece normas comuns sobre questões que vão desde os direitos dos trabalhadores à proteção da propriedade intelectual em 12 nações da região do Pacífico, abrangendo 40% da economia global.
Com os americanos abandonando o TPP, a China terá o caminho livre para desenvolver seu próprio acordo de livre comércio e influência na Ásia, a Parceria Regional Econômica Ampla (RCEP), em negociação entre 16 países -nenhum deles nas Américas até o momento.
Durante a campanha eleitoral, Trump criticou a integração comercial com outros países, afirmando que o livre comércio traz prejuízos para a indústria e o emprego nos EUA.
Neste domingo (22), o republicano anunciou que iniciará em breve conversas com México e Canadá para renegociar o Nafta (acordo de livre comércio da América do Norte), e que, caso os termos do pacto não sejam revistos, os EUA deixarão a parceria.
“Nós vamos começar a renegociar o Nafta, além de questões de imigração e segurança de fronteira (com o México)”, anunciou Trump em pronunciamento na Casa Branca neste domingo.
Economistas temem que o colapso dos acordos de integração comercial leve a uma série de consequências negativas, como redução do acesso dos EUA a seus maiores mercados de exportação, Canadá e México. Aumentos de tarifas impostos pelos EUA poderiam ser alvo de retaliação tarifária -no caso dos países do Nafta, isso poderia aumentar o preço de vegetais, frutas, carros e gasolina nos EUA, principais produtos exportados para o mercado americano.
Folhapress