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Cidades
| Em 1 mês atrás

Pollara e auxiliares deixam prisão após dez dias

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Por volta da meia-noite deste sábado (7) a papelada para que o ex-secretário de Saúde Wilson Pollara e seus auxiliares, Quesede Ayres Henrique e Bruno Viana Primo, deixassem a prisão na Casa do Albergado foi liberada. Foi o fim de dez dias de prisão temporária, com direito a prorrogação,  como investigados de envolvimento em irregularidades que contribuíram ou causaram o caos vivido na saúde pública de Goiânia.

Um dos advogados do ex-secretário declarou à Tv Anhanguera a situação e os próximos passos da defesa. “O processo continua, a questão do procedimento de investigação criminal do Ministério Público, as investigações ainda estão em andamento, podendo lá na final das investigações ter ou não ter o oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público de Goiás. Nós, como defesa, acreditamos que os elementos em face do doutor Wilson Pollara são frágeis e acreditamos que nós teremos ali o arquivamento dessas investigações” afirmou o defensor, Thiago M. Peres.

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Nas vésperas da soltura, na sexta-feira (6) dois fatos relacionados à situação crítica da saúde chamaram a atenção. O MPGO protocolou pedido de intervenção na área ao Tribunal de Justiça, que deve avaliar no início da semana se o Governo do Estado assume a situação. O outro foi a prisão de servidores da Maternidade Célia Câmara por problemas no atendimento que estão relacionados à crise vivida nas unidades públicas.

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A prisão

A cúpula da Secretaria Municipal de Saúde formada por Polara, Ayres e Viana foi presa no último dia 27, durante a Operação Comorbidade, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). Entre outras coisas, os três são suspeitos de não repassar as verbas devidas à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (FUNDAHC) que administra as três maternidades públicas da prefeitura, além de negociar direto com alguns fornecedores da fundação e utilizar contas externas à Administração Pública. As investigações apuram se eles recebiam propina nesse processo.

Os três chegaram a passar por uma audiência de custódia, mas a juíza responsável, Ana Cláudia Veloso, manteve a prisão e depois, por solicitação do MPGO, prorrogou a prisão temporária por mais cinco dias.. 

A defesa de Pollara chegou a recorrer à justiça para que ele cumprisse em prisão domiciliar e apresentou um laudo médico, apontando problemas graves de saúde. O pedido não foi atendido. No domingo passado, (1º), na casa do albergado para onde foi levado, o ex-secretário sentiu dores no peito e foi socorrido por uma ambulância do SAMU. Ele foi levado com  escolta da Polícia Penal até o Ciams Novo Horizonte que fica na região, onde passou por exames. Depois foi levado para uma unidade privada, o Hospital Rui Azeredo, onde passou por uma angioplastia para desobstruir uma artéria do coração.

Após o procedimento, Pollara ficou em observação na UTI da unidade até a última terça-feira, quando recebeu alta e voltou para a Casa do Albergado. As defesas de Pollara e dos seus auxiliares têm dito em entrevistas que vão provar que não houve benefício pessoal. A reportagem não conseguiu o contato das defesas neste sábado.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.