Uma inspeção feita nesta sexta-feira (24) pelo Ministério Público na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, flagrou alimentos incomuns no cardápio do sistema penitenciário. Na unidade, estão presos os ex-governadores Sérgio Cabral e Rosinha Garotinho, a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, outros políticos, assessores e empresários, muitos deles investigados pela Operação Lava Jato.
Na inspeção, as promotoras de Justiça Andrea Amin e Elisa Fraga encontraram alimentos não permitidos na cadeia, como iogurtes, queijos, castanhas, frios diversos, camarão e até bolinhos de bacalhau, itens que não podem ser consumido na penitenciária, que possui cantina com comida própria.
O MP vai comunicar o fato à 7ª Vara Federal Criminal e à Justiça Eleitoral de Campos dos Goytacazes, responsáveis pelas prisões dos réus flagrados com alimentos irregulares em suas celas, para serem adotadas as medidas cabíveis. Os servidores da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) que tenham colaborado para a entrada da comida também serão responsabilizados.
Outro lado
Em nota, a defesa de Sérgio Cabral criticou a operação feita na carceragem. “Sérgio Cabral já é perseguido até pelo que come. Daqui a pouco será pelo que pensa”, diz a defesa. Além de afirmarem que a medida foi ilegal e atingiu a dignidade e a imagem do ex-governador, os advogados ironizaram a iniciativa do Ministério Público: “É lamentável se ver a mobilização de todo o aparato estatal em perseguição ao cardápio de um detento. Parecia que o Ministério Público tinha coisas mais importantes a fazer no Estado do Rio de Janeiro, que fiscalizar comida de presídio”.
(Agência Brasil)